Novas informações sobre o esquema com criptomoedas criado por Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik do Bitcoin” ou “Sheik das Criptomoedas”, foram reveladas pelo Fantástico no domingo (15). O golpe contou com ator falso se passando por CEO e deixou um prejuízo de R$ 45 milhões no jogador brasileiro Jucilei da Silva.
Valdevino da Silva, conforme noticiado pelo InfoMoney em junho de 2022, criou uma rede com mais de 100 CNPJs para aplicar golpes com falsos ativos digitais. De acordo com investigação da Política Federal (PF), o esquema todo movimentou ilegalmente R$ 4 bilhões.
Uma das empresas falsas montadas por ele é a Forcount, que tinha braço internacional e contratou o ator uruguaio Nestor Nunez para interprertar um falso CEO chamado Salvador Molina. Nunez vive na região metropolitana de Curitiba (PR) há cerca de 36 anos. Ele já trabalhou em diversas produções em inglês, espanhol e português. O verdadeiro CEO do esquema, no entanto, era o Sheik do Bitcoin.
“Era um teatro. Era um verdadeiro teatro, e aí aparecem figuras com essa grande capacidade de convencimento para apresentar o esquema para os potenciais clientes”, disse Fabiano Emídio, oficial da Polícia Federal (PF) do Brasil em Nova York, para o Fantástico.
O caso foi investigado nos Estados Unidos. Em julho, o ator Nestor Nunez se declarou culpado de conspiração por cometer fraude eletrônica, que tem pena máxima de 20 anos de prisão federal. A sentença será proferida em novembro.
A Forcount teria gerado prejuízo de R$ 50 milhões. Mais de 15 mil pessoas foram vítimas só no Brasil. Um deles foi o ex-jogador do Corinthians Jucilei, que tomou desfalque de R$ 45 milhões. Dois outros famosos que perderam dinheiro do golpe de Valdevino da Silva foram a modelo Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa, e o marido dela, João Figueiredo. Eles perderam R$ 1,2 milhão na Rental Coins, uma das empresas fundadas pelo Sheik das criptomoedas.
Prisão
Valdevino foi preso preventivamente em novembro de 2022 na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, mas respondia ao processo em liberdade desde junho de 2023. Ele foi detido novamente no mês passado porque violou as medidas cautelares, retomando operações ilegais, inclusive envolvendo ex-colaboradores.
Para atrair suas vítimas, ele prometia pagar rendimentos de até 13,5% ao mês em um suposto negócio de locação de ativos digitais, algo incomum no mercado cripto, conhecido por sua extrema volatilidade. O negócio do Sheik das criptomoedas começou a ruir há pouco mais de dois anos, quando ele deixou de cumprir as promessas feitas aos clientes.