O mercado de motocicletas vem crescendo no país. Segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), só nos primeiros sete meses do ano foram produzidas mais de 1 milhão de unidades, uma marca notável para o setor.
Contudo, uma parte muito pequena da frota de motos circulante no país conta com algum seguro: bem menos de 10%, apontam os especialistas do mercado segurador no episódio desta quinta-feira (10) do Tá Seguro, videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros. O programa já está disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast.
De acordo com Beto Faitarone, membro da Comissão de Seguro Automóvel do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo), o mercado de seguros para motos evoluiu bastante, principalmente nos últimos oito anos.
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“Inicialmente, as seguradoras ofereciam apenas coberturas para furto e roubo. Hoje, há uma gama maior de opções, como cobertura para perda total, responsabilidade civil [que indeniza danos causados a terceiros] e assistência 24 horas, permitindo ao consumidor ajustar o seguro conforme suas necessidades e capacidade financeira”, aponta o corretor de seguros, que também é motociclista.
Já Eduardo Grillo, diretor comercial da seguradora Suhai, que opera no segmento, destaca que o ‘boom’ de compras online com entregas físicas visto na pandemia – especialmente o delivery de comida – contribuiu para a ampliar ainda mais o uso da moto para trabalho, fator que influencia diretamente no custo do seguro. Motos utilizadas para trabalho, como no caso dos motoboys, tendem a ter um prêmio (valor pago à seguradora para comprar o seguro) mais alto em comparação às usadas apenas para lazer.
“A cidade onde o motociclista reside e o modelo da moto também são fatores cruciais na precificação. Em regiões com maior índice de roubos, como em uma grande capital como São Paulo, o seguro pode custar até R$ 4 mil, enquanto em cidades do interior, por exemplo, o valor pode ser significativamente mais baixo, chegando a R$ 700, dependendo das coberturas contratadas”, exemplifica o diretor da Suhai.
Outro ponto levantado pelos especialistas é a importância da proteção para danos causados a terceiros, cobertura que oficialmente tem o nome de responsabilidade civil facultativa ou RC-F. Segundo Faitarone, muitos motociclistas ainda negligenciam essa cobertura essencial.
“Muitos se preocupam apenas com o furto, mas um acidente com danos a terceiros pode gerar custos altíssimos. A cobertura de responsabilidade civil protege o segurado contra essas despesas”, explica o corretor.
Grillo ressalta também a importância da veracidade das informações fornecidas no questionário feito pela seguradora na contratação do seguro e que funciona para precificar o risco (e o quanto vai custar aquela proteção securitária).
“Respostas incorretas ou omissas no questionário podem resultar na negativa de cobertura no momento de um sinistro [ocorrência do risco previsto no contrato, como roubo ou acidente]. Por isso, é fundamental ser honesto sobre o uso da moto e outros detalhes para evitar problemas futuros”, aponta o diretor comercial.
Por exemplo: um pai que contrata o seguro como se apenas ele fosse utilizar a moto, mas deixa com o filho recém habilitado e não informa isso para a seguradora. Se houver um acidente com o filho na condução, a indenização poderá ser negada.
Ambos os especialistas concordam que, ao contratar o seguro certo, o consumidor pode proteger seu patrimônio e evitar dores de cabeça. Além disso, ao adaptar o seguro às suas necessidades, é possível garantir um custo-benefício que caiba no orçamento, sem abrir mão da segurança.