Quem comprou imóvel na planta há alguns anos e agora terá de fechar o financiamento junto ao banco vai precisar recalcular a rota. Após as novas regras estabelecidas pela Caixa, que devem entrar em vigor no próximo dia 1º de novembro, o consumidor terá de desembolsar um valor maior para dar entrada na tão sonhada casa própria.
Diante das constantes retiradas dos recursos da caderneta pela população, a participação do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) na formação das reservas para o financiamento imobiliário despencaram, chegando a 34%, ante os 70% que eram tradicionais nesse mercado. Isso levou a Caixa a reduzir o percentual a ser financiado para 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Ou seja, o comprador, que antes só precisava desembolsar 20% para dar de entrada, agora vai precisar de 30% desse valor.
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No caso da Tabela Price, a coisa é ainda pior, porque o banco só vai financiar metade do valor e o comprador terá de desembolsar a outra metade na entrada, quando antes poderia financiar até 70%. Além disso, o valor do imóvel, que antes não era determinado, agora ficou estabelecido em até R$ 1,5 milhão.
Tudo isso bagunçou o cenário para quem comprou na planta e o InfoMoney foi ouvir especialistas sobre as dificuldades que os consumidores que compraram o imóvel na planta terão e o que acontece agora.
De acordo com o coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV, Alberto Ajzental, quem pagou nos últimos anos as parcelas para a construtora e chegou ao momento de financiar, vai ter de correr para conseguir fechar o financiamento nas condições atuais, ou corre o risco de não ser aprovado nas novas regras. “É recomendável que o consumidor já se adiante e consulte também outros bancos, além da Caixa, procurando especialmente aqueles onde já mantêm relacionamento para ver se consegue fechar”, afirma.
A advogada Daniele Akamine, especializada em financiamento imobiliário, explica que o consumidor que comprou imóvel na planta em uma obra financiada pela Caixa não haverá nenhuma mudança. “Mas se a obra não for financiada pela Caixa, e não houver outras formas de acordo, o caminho será partir para o distrato”, explica.