O ex-presidente da Bolívia Evo Morales anunciou nesta sexta-feira (1°) que iniciará uma greve de fome até que o governo de Luis Arce estabeleça “mesas de diálogo” sobre as crises política e econômica do país.
“Decidi, para viabilizar o diálogo, iniciar uma greve de fome até que o governo instale duas mesas de diálogo. Primeiro, para o tema econômico e segundo para o tema político. Tem dirigentes injustamente presos, processados”, afirmou Morales, denunciando perseguição política pelo atual governo.
Ele também pediu a seus apoiadores avaliem suspender os bloqueios em estradas, iniciados há 19 dias, para “evitar episódios de sangue” e problemas econômicos no país.
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O anúncio acontece no dia em que apoiadores de Morales invadiram três quartéis na região de Cochabamba, mantendo militares como reféns.
“Não toquem nos meus soldados nem em seus instrutores”, alertou, em coletiva de imprensa, o general Gerardo Zabala, comandante interino das Forças Armadas do país.
As ocupações das unidades militares ocorre em resposta ao envio, nesta sexta, de batalhões e tratores para desmontar barricadas de apoiadores de Morales que bloqueiam estradas na região de Cochabamba.
De acordo com as autoridades, o protesto está impedindo a circulação de combustível, alimentos e remédios.
Os seguidores do líder indígena iniciaram as manifestações após Morales passar a ser investigado por supostas relações com uma menor de idade. Como o ex-presidente foi intimado a depor e não compareceu, um mandado de prisão pode ser emitido contra ele.
Morales afirma que o caso já foi investigado e que nenhuma prova foi encontrada contra ele. Ele alega estar sofrendo perseguição de Arce, com quem está em conflito.
No último fim de semana, Morales publicou um vídeo em que aparece sofrendo um ataque a tiros e no qual seu carro atingido por disparos. Ele afirma que o governo Arce tentou assassiná-lo.
As autoridades bolivianas, no entanto, afirmam que o ex-presidente passou por um bloqueio policial e foi quem, inicialmente, disparou contra agentes.