A crise climática que o mundo enfrenta traz um alerta: é preciso cuidar do meio ambiente. Na semana que vem, autoridades de cerca de 195 países, junto com especialistas, debatem o tema.
A COP29 acontecerá no Arzebaijão com um propósito: frear as catástrofes climáticas que atingem o planeta, com enchentes, secas, incêndios e furacões.
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“Os cenários de clima que estamos vivendo hoje, eles eram aqueles previstos nos cenários mais pessimistas para acontecer em 2035 a 2040. É realmente um momento bastante crítico e tem que se refletir em termos de uma ambição maior para a redução de emissões globalmente”, afirma Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas.
Para definir metas e prevenir desastres, A COP29 é a única oportunidade de países emergentes se encontrarem diretamente com os líderes mais importantes da política global para discutir ações fundamentais relacionadas ao meio ambiente.
Alguns temas devem ser bem específicos, como a Política de Perdas e Danos, em que nações ricas compensam financeiramente países mais pobres.
“2023 e 2024 vão ser lembrados onde a questão das mudanças climáticas efetivamente ficou claro, para a população mundial, a gravidade que isso pode trazer para nosso sistema socioeconômico. (…) A causa disso é a falta de ação governamental para acabar com a exploração de petróleo, emissão de gases, associados com a queima de combustíveis fósseis e também acabar com o desmatamento”, explica Paulo Artaxo, cientista e professor da USP.
A COP29 também deve priorizar a negociação de novas metas coletivas de financiamento climático e a aceleração da transição energética.
“Se a gente continuar com as emissões e não reduzir muito rapidamente, nós podemos chegar em 2050 com a temperatura atingindo 2,5 graus, até mais, pode chegar até 2,8 graus. Então, esse é um risco gigantesco não só para humanidade, para vida no planeta, para biodiversidade”, afirma o cientista e climatologista, Carlos Nobre.
A solução para esse quadro devastador pode estar no investimento em energias renováveis que, para especialistas, são mais baratas e menos nocivas ao meio ambiente.
“Não há a menor dúvida que existem soluções já demonstradas para energia, que são as energias renováveis – solar, eólica, hidrogênio verde. (…) Junto com tudo isso, criar soluções baseadas na natureza, que são criar restauração dos biomas. Todo o planeta, 6, 7 milhões de km². O Brasil pode ser um líder fazendo restauração de um milhão de quilômetros quadrados e, com isso, você remove uma grande quantidade de gás carbônico”, explica Carlos Nobre.
*Durante esta semana, a CNN Brasil exibe uma série de reportagens sobre a Conferência. COP29: O Alerta do Clima, vai ao ar até sexta-feira (8), no CNN Prime Time.