A economia da Alemanha encolherá pelo segundo ano consecutivo em 2024 e sua recuperação será fraca, potencialmente exacerbada por uma guerra comercial com os Estados Unidos, disse o presidente do banco central do país, Joachim Nagel, nesta sexta-feira (13).
A Alemanha, a maior economia da zona do euro, vem sofrendo há anos desde que seu poderoso setor industrial perdeu o acesso à energia barata da Rússia e com a diminuição do apetite da China pelas exportações alemãs.
A economia alemã deve ficar estagnada durante os meses de inverno (no Hemisfério Norte) e, em seguida, se recuperar no ritmo mais lento possível, já que o aumento esperado no consumo privado será menor do que o previsto, o mercado de trabalho poderá se enfraquecer ainda mais e o investimento empresarial se recuperará apenas lentamente.
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“A economia alemã não está apenas lutando contra os persistentes problemas econômicos, mas também contra questões estruturais”, disse Nagel. “O mercado de trabalho também está agora respondendo visivelmente à fraqueza prolongada da atividade econômica.”
O Bundesbank agora estima que a economia alemã irá encolher 0,2% este ano, depois de prever uma expansão de 0,3% em junho, enquanto a perspectiva de crescimento para 2025 foi reduzida de 1,1% para 0,2%.
Mas mesmo esses números podem se mostrar excessivamente otimistas, alertou o banco, dadas as ameaças do crescente protecionismo, os conflitos geopolíticos e o impacto das mudanças estruturais na economia alemã.
Simulações de aumento de tarifas do governo de Donald Trump mostram que os EUA sofreriam o maior impacto no crescimento, mas a Alemanha também perderia de 1,3% a 1,4% da produção até 2027, acrescentou o Bundesbank.
A inflação também pode aumentar com essas medidas, mas a magnitude é menos certa.
O banco central alemão prevê um aumento da inflação de apenas 0,1% a 0,2% ao ano até 2027 com o protecionismo de Trump, mas o Modelo Econométrico Global do Instituto Nacional projetou um impacto de 1,5% no próximo ano e de 0,6% em 2026, informou o Bundesbank.
“Os riscos para o crescimento econômico estão atualmente inclinados para baixo e os riscos para a inflação são de alta”, disse o Bundesbank, acrescentando que as eleições federais nos próximos meses também podem alterar as perspectivas fiscais.