A porta-voz de transição de Donald Trump na Casa Branca, Taylor Rogers, confirmou à CNN Español que o presidente eleito trabalhará com o presidente da Argentina, Javier Milei, para “beneficiar mutuamente os Estados Unidos e a Argentina através do capitalismo e do livre comércio”.
A resposta de Rogers vem depois que Milei anunciou dias atrás que tentará assinar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos em 2025.
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Durante seu discurso pelo primeiro aniversário como presidente, em 10 de dezembro, Milei disse que o acordo será uma prioridade para os próximos ano e que “deveria ter acontecido há 19 anos”.
“Líderes estrangeiros como o presidente Milei estão vindo à mesa para ganhar o apoio do presidente Trump porque reconhecem que as suas políticas de ‘América Primeiro’ são brilhantes e restaurarão o domínio dos EUA no cenário mundial”, acrescentou a porta-voz republicana.
Milei critica não assinatura da ALCA
O presidente argentino ressente o não prosseguimento do frustrado tratado da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), rejeitado durante a presidência de Néstor Kirchner na Cúpula das Américas de 2005, que aconteceu em Mar del Plata, cidade costeira da província de Buenos Aires, na Argentina.
Nessa altura, George Bush, responsável pela Casa Branca, insistiu num acordo que promovesse o livre comércio no continente.
Contudo, no auge da ascensão dos governos de esquerda e anti-imperialistas na região, o acordo nunca foi para frente.
A frase “Não à ALCA, à m****” pronunciada por Hugo Chávez e a foto do venezuelano com as mãos unidas com Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – também presidente do Brasil na época – selou o fim da iniciativa.
No entanto, os tempos mudaram para a região e, com a vitória de Trump nos Estados Unidos, governos de extrema-direita como o da Argentina reforçam a sua liderança.
Mercosul: um entrave?
Em dezembro, Milei assumiu a presidência pro tempore do Mercosul, bloco econômico e político formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
A aliança regional implica uma limitação quanto a um possível acordo com o país norte-americano porque uma das exigências do bloco aos seus membros é a proibição de manter acordos bilaterais. O recente acordo com a União Europeia é um exemplo de como as negociações são realizadas com todos os países membros.
“Nosso objetivo final no Mercosul é aumentar a autonomia dos membros da organização em relação ao resto do mundo, para que cada país possa negociar livremente com quem quiser e como lhe convier”, disse o presidente argentino.
Os Estados Unidos foram o quarto parceiro comercial da Argentina em novembro, com um excedente comercial de US$ 331 milhões, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec, o IBGE argentino).
Além disso, a nação norte-americana foi o segundo país de destino das exportações, que atingiram US$ 680 milhões, o que representa um aumento de quase 60% em relação ao mesmo período de 2023.
O governo argentino já colocou as suas intenções sobre a mesa. Resta ainda a Donald Trump iniciar a sua nova administração para saber para onde vai o trabalho conjunto.
O que deve ficar mais barato com o acordo entre Mercosul-UE
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