Moscou (Reuters) – O presidente russo, Vladimir Putin, alertou neste domingo (28) os Estados Unidos que se Washington implantar mísseis de longo alcance na Alemanha, a Rússia posicionará mísseis semelhantes a uma distância de atacar o Ocidente.
Os Estados Unidos disseram no último dia 10 de julho que começariam a implantar mísseis de longo alcance na Alemanha a partir de 2026 em preparação para uma implantação de longo prazo que incluirá SM-6, mísseis de cruzeiro Tomahawk e armas hipersônicas em desenvolvimento.
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Em um discurso voltado para marinheiros de Rússia, China, Argélia e Índia para marcar o dia da Marinha russa na antiga capital imperial de São Petersburgo, Putin alertou os Estados Unidos que eles correm o risco de desencadear uma crise de mísseis ao estilo da Guerra Fria com o anúncio.
“O tempo de voo para alvos dos tais mísseis em nosso território, que no futuro podem ser equipados com ogivas nucleares, será de cerca de 10 minutos”, disse Putin.
“Tomaremos medidas espelhadas, levando em consideração as ações dos Estados Unidos, seus satélites na Europa e em outras regiões do mundo.”
Putin, que enviou seu Exército para a Ucrânia em 2022, considera a guerra parte de uma luta histórica com o Ocidente, que segundo ele humilhou a Rússia após a queda da União Soviética em 1991 ao invadir o que ele considera a esfera de influência de Moscou.
A Ucrânia e o Ocidente dizem que Putin está envolvido em uma apropriação de terras ao estilo imperial. Eles prometeram derrotar a Rússia, que atualmente controla cerca de 18% da Ucrânia, incluindo a Crimeia, e pedaços de quatro regiões do leste da Ucrânia.
A Rússia diz que as terras, que antes eram parte do império russo, agora são novamente parte da Rússia e que nunca serão devolvidas.
Guerra Fria?
Diplomatas russos e norte-americanos dizem que suas relações diplomáticas estão piores até mesmo do que durante a Crise dos Mísseis Cubanos de 1962, e tanto Moscou quanto Washington pediram um freio nas tensões enquanto ambos deram passos em direção à escalada.
Putin disse que os Estados Unidos estavam alimentando tensões e transferiram sistemas de mísseis Typhon para a Dinamarca e para as Filipinas, comparando as ações dos EUA à decisão da Otan de implantar lançadores Pershing II na Europa Ocidental em 1979.