A WEG (WEGE3), mesmo vista como cara, tem convencido e ganhado espaço na tese positiva de vários analistas nos últimos tempos. Neste mês, tanto o Bank of America (BofA) quanto o Research da XP elevaram a recomendação para a companhia de neutro para compra. No caso da XP, com preço alvo de R$ 54,00 por ação e, do BofA, em R$ 52.
Parte do motivo é a participação da companhia no movimento de renovação de infraestrutura elétrica e a exposição da companhia ao aumento de demanda de energia no mundo todo. As principais frentes da WEG, em especial o segmento de Transmissão & Distribuição (T&D) nos EUA, favorecem a reavaliação para o nome, na visão da XP.
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O BofA também destaca a alta do preço do cobre em 18% no ano, o que apoia preços de produtos industriais e a queda de contribuição de energias renováveis para a receita da companhia. Na visão do banco estrangeiro, o momento para preços e margens T&D é de início de ciclo de alta global.
“Em nossa visão, a principal razão para a atual valorização premium da WEG é o otimismo dos investidores com o crescimento futuro, especialmente no mercado de T&D”, comenta o banco.
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Além disso, a XP elenca também que fatores externos, como a recuperação das commodities e depreciação do real, se somam a movimentações internas, como a aquisição da Regal, para aumentar o valor da companhia. O otimismo se estende aos resultados do segundo trimestre de 2024, que serão apresentados no próximo dia 31 de julho, antes da abertura do mercado. A divisão de análise da corretora antecipa R$ 9,1 bilhões de receita, em especial considerando a incorporação da Regal, com crescimento orgânico de 7% na comparação anual. O efeito é majorado pela depreciação do real em -5% (comparado ao patamar do 2T23). A força do segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) deve seguir apoiando os resultados e impulsionando melhorias.
A XP espera também que a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) permaneça em um forte nível de 21,6%. O número se baseia no melhor mix de produtos parcialmente compensado pela incorporação da Regal (com margens mais baixas em comparação com o negócio próprio da WEG).
As margens são ponto central da análise da Genial, juntamente com a receita. A análise considera que os dados virão neutros, com receita em alta mas margens ainda pressionadas. “Ainda que as condições de mercado tenham melhorado, parte do crescimento de receita ocorre pela incorporação dos negócios de motores industriais e geradores da Regal Rexnord e pela forte apreciação do dólar frente ao real de 6% no trimestre. (…) Outros fatores, como a alta do cobre e o aumento dos custos com o frete marítimo também podem prejudicar”, considera a Genial.
As estimativas da corretora são ligeiramente mais otimistas que os dados do mercado, com receita líquida de R$ 9,22 bilhões (ante R$ 9,21 bilhões da projeção do consenso LSEG), Ebitda de R$ 1,9 bilhão (ante R$ 1,835 bilhão da estimativa LSEG) e lucro líquido de R$ 1,36 bilhão (contra os R$ 1,292 bilhão estimados pela LSEG). Ainda assim, a Genial admite ser um trimestre de difícil leitura, com cenário misto para a companhia. Em comparação com concorrentes, inclusive, esta parece ser sido a tônica do trimestre para nomes como ABB, Siemens e Nidec (tradicionalmente companhias que analistas acompanham para formar estimativas sobre a WEG).
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Sobre a ABB, o Itaú BBA destacou que os dados demonstram que ventos favoráveis podem apoiar os números da WEG. A análise reforça que a recomendação positiva se mantém e que a confiança na companhia deve ser baseada tanto no aumento de demanda quanto na forte lucratividade.
“Portanto, se o preço das ações cair com o anúncio do balanço, vemos isso como uma oportunidade de compra. Além disso, as taxas de câmbio estão sendo um importante fator positivo e podem compensar os volumes mornos no 2T24”, afirmam os analistas.
O banco destaca, também, que a exposição à inteligência artificial reforça a visão construtiva para a WEG, uma vez que a demanda por geração de energia deve aumentar. Como afirmam as outras casas de análise, o movimento deve impulsionar a frente de T&D na região.
Análise histórica do 2º tri
A XP também considerou que a sazonalidade tende a favorecer o segundo trimestre da companhia em detrimento do 1º. Isso se dá pelos baixos desembolsos de capital (capex, na sigla em inglês) que empresas industriais realizam no primeiro período do ano, o que justifica, em parte, os dados vistos como mais mornos no 1T24.
“Esperamos que a WEG seja um destaque positivo nesta temporada, com motores de crescimento orgânico e inorgânico e sólida lucratividade. Embora continuemos otimistas em relação à empresa a longo prazo (discutido mais detalhadamente em nossa recente atualização), entendemos que o forte desempenho recente das ações já possa refletir parte do otimismo em torno dos resultados do 2T”, conclui a corretora.