SÃO PAULO – Falta um pouco menos de um mês para começar 2014, mas os grandes especialistas de mercado já estão fazendo as suas previsões para a economia global no próximo ano.
E as visões já começam bastante opostas, mostrando bastante diversidade sobre o que é esperado para o próximo ano. No último fim de semana, um dos ganhadores do prêmio Nobel em 2013, Eugene Fama, mostrou-se cético com relação a uma melhora da economia global, destacando que os déficits públicos inchados nos dois lados do Atlântico significam que uma recessão continua sendo um risco real para o próximo ano.
No último sábado, Eugene Fama ressaltou que os governos altamente endividados nos Estados Unidos e na Europa representam um ameaça constante para a economia global, ao chegar ao ponto em que nenhuma das dívidas terão mais credibilidade e que não poderão se financiar, destacou à Reuters.
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Assim, Fama afirmou que não está tranquilizado, “de forma nenhuma” destacando que, se houver recessão, ela será mundial.
Enquanto isso, o co-fundador e executivo-chefe da Pimco, maior gestora de renda fixa do mundo, Mohamed El-Erian prevê um crescimento mais rápido da economia mundial em 2014, em meio às melhoras nos Estados Unidos e na zona do euro.
Em entrevista à Bloomberg, ele avalia que a economia mundial deva crescer 2,5% a 3% em 2014, acima dos 2,3% este ano. Enquanto isso, o crescimento da economia norte-americana deve acelerar para 2,75% ante 2,25% no ano anterior. E ressalta que a atividade econômica está em trajetória de recuperação. Já a economia da zona do euro irá se expandir em 0,75% em 2014, depois de contrair 0,4% neste ano.
As últimas projeções da Pimco para o crescimento do mundo foram concretizadas em 6 de dezembro, após uma série de reuniões de estratégia. E, após as reuniões, El-Erian ressaltou maior otimismo com a melhora do mercado de trabalho norte-americano mas também afirmou que, mesmo com a melhora da atividade no ano que vem, ela não atingirá uma “velocidade de escape”.
E há um grande ingrediente que está faltando: a intensificação dos gastos de capital das empresas. “Nós ainda temos que ver os investimentos das empresas realmente serem retomados”, afirmou.