As mudanças climáticas têm sido motivo de debate e preocupação mundo afora e o Brasil deve ocupar papel de destaque neste cenário. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil fará parte de um grupo de países que atuarão no financiamento climático.
Neste sentido, o setor de seguros tem muito para contribuir como, por exemplo, com a gestão de risco e tem tido papel relevante nestes debates. “O setor começou a se integrar na agenda climática, promovendo eventos e participando de fóruns de discussões. Agenda climática é o maior desafio já enfrentado pela humanidade, porque envolve uma ação global”, destaca Dyogo Oliveira, presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras).
Oliveira foi um dos participantes do ‘Os Impactos das Mudanças Climáticas: Como Escalar o Financiamento para Adaptação e Construir Cidades Resilientes’. O evento trouxe debates sobre as melhores práticas para aumentar o fluxo de financiamento para a adaptação das cidades à emergência climática e reuniu especialistas nacionais e internacionais, que discutiram ainda como desenvolver taxonomia e garantir inovação financeira e de seguros diante dos novos tempos.
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O objetivo é elaborar um relatório sintetizando os desafios e soluções identificados, com as principais recomendações para alavancar recursos de adaptação e estratégias de redução de risco, como soluções de seguro. O documento terá o potencial para estabelecer um roteiro que apoie o desbloqueio do fluxo de recursos e iniciativas de adaptação no caminho do G20 para a COP 30, no Brasil. O relatório será compartilhado com órgãos de governo e os participantes.
O encontro foi organizado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Instituto Itausa, Prefeitura do Rio de Janeiro, Climate Policy Initiative (CPI)/CCFLA, Museu do Amanhã e Ministério das Cidades. Apoiaram também Atlantic Council, C40, CDRI, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Centro Brasil no Clima, Iclei, UNDRR e FGV EASP.
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“A agenda de adaptação para o Brasil é fundamental. Tem tido cada vez mais importância, infelizmente, pelo aumento da intensidade e frequência de eventos extremos e também das mudanças do clima, que estão impactando nossa economia, a agricultura, as infraestruturas”, ressaltou a diretora executiva do iCS, Maria Netto.
“Esse evento mobiliza diferentes atores juntos para tentar trabalhar de uma forma mais coordenada, tanto para buscar soluções locais, como pensarmos melhor o planejamento das cidades, como para analisar e entender melhor o custo de adaptação. E também abordamos soluções financeiras, mostrando o papel dos bancos públicos, o papel dos seguros, e do mercado de capitais, da criação de uma nova taxonomia. Estamos apenas começando uma agenda de diálogo importante. O impacto das mudanças do clima está acontecendo e tem um custo econômico para o Brasil, e em particular para os mais pobres e mais vulneráveis”, afirmou Maria Netto.
Para Oliveira, a participação do setor de seguros nos debates da agenda climática é fundamental já que a solução desse enorme problema envolve muitos atores. “O enfrentamento da crise climática vai exigir da humanidade o maior esforço de coordenação entre pessoas, empresas, governos, instituições, universidades, centros de pesquisa etc. Um pequeno investimento hoje pode ser a redução de um enorme prejuízo no futuro”, destacou.
Durante o encontro, os participantes lembraram que a recente tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul evidenciou para a população brasileira a urgência da necessidade do aumento dos investimentos em adaptação climática e de enfrentamento dos desafios.
Os temas abordados nos painéis refletem o atual cenário: questões fiscais e redução de risco de financiamento; as melhores práticas para integrar e contabilizar resiliência às alterações climáticas nas infraestruturas das cidades; desenvolvimento de uma regulação financeira; e o desenvolvimento de iniciativas existentes relacionadas a financiamento da adaptação, cobertura de seguros e gestão de riscos.
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