A economia da Argentina registrou em maio seu melhor mês desde que o presidente Javier Milei assumiu a Presidência, no final do ano passado, enquanto investidores buscam sinais de recuperação da recessão.
A atividade econômica subiu 1,3% em relação a abril, acima da mediana de estimativas de pesquisa da Bloomberg e no primeiro mês de crescimento desde o início do mandato de Milei, em dezembro.
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Em relação ao ano anterior, o indicador do Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,3%, desafiando as expectativas de um declínio de magnitude semelhante, de acordo com dados do governo publicados nesta quinta-feira (18).
Milei implementou cortes drásticos de gastos que ajudaram a arrefecer a inflação mensal para 4,6% em junho, de uma alta de três décadas de 25,5% no final de 2023. Ao fazê-lo, desferiu um golpe nas aposentadorias, nos salários e em quase todas as obras públicas. No mês passado, o Congresso do país aprovou uma legislação que desregulamenta vastas áreas da economia e flexibiliza o mercado de trabalho.
O setor agrícola impulsionou o crescimento em maio, mais do que dobrando a produção em relação ao ano passado, quando o país sofreu uma seca brutal, enquanto construção, manufatura e varejo diminuíram, de acordo com o relatório.
Para que a economia retome o crescimento, os investidores dizem que o governo deve levantar uma rede de controles cambiais que desencorajou as empresas a investir e até afastou algumas da segunda maior economia da América do Sul. Mas o governo argumenta que uma saída desordenada sem reservas internacionais suficientes poderia aumentar ainda mais a inflação.
O quanto os argentinos podem suportar, seja pela inflação alta ou por uma economia em queda, é fundamental para o futuro dos índices de aprovação de Milei, que por enquanto permanecem acima de 50%.
O Fundo Monetário Internacional estima que o PIB da Argentina cairá 3,5% este ano e se recuperará 5% em 2025.
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