Após duas semanas sem anúncios de incidentes, um navio porta-contêineres foi atacado neste final de semana no Mar Vermelho, supostamente por um míssil disparado pela milícia houthi no Iêmen.
Segundo a AP, o ataque aconteceu a cerca de 225 quilômetros a sudeste de Aden e atingiu o cargueiro Groton logo acima de sua linha d’água, causando poucos danos e sem ferir a tripulação, conforme o Centro Conjunto de Informações Marítimas, uma coalizão multinacional supervisionada pela Marinha dos EUA.
A volta dos ataques aconteceu poucos dias depois de o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly, confirmar que o Canal de Suez está relatando perdas de até US$ 550 milhões (cerca de R$ 3,1 bilhões) por mês devido às tensões regionais. O canal, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho, é uma artéria vital para o comércio global e um componente crítico da economia egípcia.
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Este mês, o CEO da gigante de logística Maersk, Vincent Clerc, estimou que a interrupção do Mar Vermelho para o transporte de cargas deve se estender até o terceiro trimestre de 2024, tornando a situação desafiadora para transportadoras e empresas.
Em maio, a Maersk havia calculado que decisão de não utilizar a rota por temores quanto à segurança dos navios resultou em uma perda de capacidade de 15% a 20% em todo o setor nas rotas da Ásia para o norte da Europa e Mediterrâneo. Isso apenas no segundo trimestre de 2024.
O site The National News, do Egito, informou que o Canal de Suez teve uma queda de 23% em sua receita para o ano fiscal de 2023-24, principalmente devido ao impacto dos ataques dos houthis desde o Iêmen.
Os houthis, alinhados com o Irã, têm como alvo navios no Mar Vermelho como parte de sua campanha para apoiar seu aliado, o Hamas, em sua guerra com Israel em Gaza.
Os rebeldes já alvejaram mais de 70 embarcações com mísseis e drones desde que começaram seus ataques em novembro, que até agora mataram quatro marinheiros, de acordo com a Associated Press.
A Maersk e outras empresas de navegação têm desde dezembro desviado seus navios para o Cabo da Boa Esperança, na África, o que eleva o tempo de viagem e as taxas de frete.