A produção industrial brasileira caiu 0,5% em abril, após ter mostrado expansão 0,9% em março, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado do ano, o setor industrial cresceu 3,5%. Na comparação com abril de 2023, houve avanço de 8,4% e, em 12 meses, a indústria acumula expansão de 1,5%.
A queda no mês veio mais forte que da taxa esperada pelo consenso LSEG de analistas, que previa retração de 0,4% em abril ante março. A projeção para a variação anual era de alta de 8,3%.
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Apesar da taxa da indústria geral estar no campo negativo, há uma predominância de resultados positivos, com três das quatro categorias econômicas e 18 dos de 25 ramos industriais mostrando expansão na produção.
Entre as atividades, a influência negativa mais importante veio das indústrias extrativas, que recuaram 3,4% nesse mês, após avançarem 0,4% em março.
Outras contribuições negativas relevantes vieram de produtos alimentícios (-0,6%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6%).
André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal, detalha que o recuo do setor extrativo espelhou a queda na produção tanto do minério de ferro como do petróleo. Esse setor e o de alimentos, que também caiu, representam cerca de 30% da estrutura industrial.
“Isso sem falar de outras atividades importantes e que assinalaram taxas negativas nesse mês, como, por exemplo, derivados de petróleo e biocombustíveis e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos. Mesmo com poucas atividades mostrando recuo na produção, essas, por conta de seus pesos, pressionam o total da indústria para o sinal negativo”, explicou.
No campo positivo, o destaque foi a indústria automobilística. Macedo ressaltou que o segmento já vem emplacando uma melhora do seu comportamento, à exceção do mês anterior, no qual houve um recuo de 4,6%.
Mas, ao longo dos outros meses de 2024, houve alta de 4,4% em janeiro, 3,5% em fevereiro e agora em abril a alta foi de dois dígitos, 13,2%.
Setor automotivo em alta
Segundo o gerente da pesquisa, há uma melhora na produção recente de automóveis, caminhões, autopeças e ônibus. E esse movimento está relacionado ao mercado doméstico, influenciado pelo comportamento positivo do mercado de trabalho, redução da taxa de juros e queda da inadimplência.
“São fatores importantes e que devem ser considerados para entendermos o maior dinamismo na produção do setor de veículos automotores nos últimos meses. Mas vale ressaltar que o setor ainda está abaixo do patamar pré-pandemia”, ponderou Macedo em nota.