A alteração da composição MSCI Brasil, referência para o EWZ – o principal ETF de ações brasileiras negociadas nos EUA – está prevista para acontecer no dia 2 de setembro. Isso, destaca Júlia Aquino, analista quantitativo da XP, deve trazer volatilidade aos papéis envolvidos nesta troca.
Do que foi informado pelo MSCI, seis novos nomes serão incluídos no MSCI Brasil e dois serão excluídos. Embraer (EMBR3), Banco Inter (INBR32), Nubank ([ativo=ROXO32]), PagSeguro (PAGS34), Stone (STOC31) e XP (XPBR31) serão incluídos, enquanto Eneva (ENEV3) e Lojas Renner (LREN3) serão removidos.
A analista explicou que, pela primeira vez, empresas brasileiras listadas somente no exterior estão elegíveis para entrar nos índices do MSCI. “Por isso, nesse rebalanceamento, deve ocorrer um maior impacto”, afirmou, durante participação no Morning Call da XP, desta quarta-feira (14).
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“Lembrando que a inclusão de empresas vai impactar não só o MSCI Brasil, mas o (índice) MSCI de mercados emergentes do qual o Brasil faz parte. Então, as empresas brasileiras que entram no MSCI começam a fazer parte também do índice do mercado emergente”, explicou.
MSCI Brasil: Relevância às entrantes
Júlia Aquino chama a atenção para um item importante com relação às mudanças do MSCI. “Quando as empresas entram no índice, elas ganham alguma relevância. A gente espera que as empresas que estão entrando sejam bastante beneficiadas por um fluxo comprador, que deve vir tanto de investidores pessoa física quanto dos fundos”, avaliou.
Para a analista, os nomes entrantes acabam ficando mais no radar do mercado. “Então, essa é uma pressão positiva para os papéis (que entram no índice), principalmente no dia do rebalanceamento (2 de setembro)”, disse.
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Pressão negativa
“Dos nomes que saem, ao contrário, há uma pressão negativa nos preços”, destacou. “O principal destaque de todos nomes que vão entrar é o NuBank, que será o segundo maior nome dentro do MSCI Brasil, atrás apenas da Vale (VALE3). Por isso, ele acaba entrando com peso relevante também no MSCI de mercados emergentes”, complementou.
Com o rebalanceamento, o Brasil deve ter um peso de 5,3% no índice de mercados emergentes, comparado com os atuais 4,6%.
Segundo estimativas da XP, o impacto nos fundos com as mudanças, que tem os índices de mercados emergentes e de Brasil do MSCI como referência, é de US$ 5,5 bilhões de fluxos de entrada e US$ 109 milhões em saídas.