A relação do governo do México com os embaixadores dos Estados Unidos, Ken Salazar, e do Canadá, Graeme Clark, está em “pausa”, afirmou o presidente Andrés Manuel López Obrador nesta terça-feira (27).
A declaração foi feita na conferência de imprensa matinal do presidente mexicano, em resposta às críticas de diplomatas à proposta de Reforma Judiciária no país.
O presidente afirmou que para que o vínculo seja restabelecido, os diplomatas devem retificar “que vão respeitar a independência do México, a soberania do país”.
A CNN está tentando entrar em contato com os representantes dos EUA e do Canadá no México, mas ainda não obteve resposta.
A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, apoiou nesta terça-feira as declarações do presidente López Obrador para “pausar” a relação com os embaixadores, mas explicou que a relação diplomática entre o México e esses países não vai mudar.
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Reforma Judiciária no México
O presidente mexicano está promovendo uma reforma para que juízes, incluindo os juízes da Suprema Corte, sejam escolhidos por voto popular.
Uma comissão da câmara baixa do Congresso mexicano aprovou a proposta na segunda-feira (26), abrindo caminho para que ela seja efetivada quando o novo Congresso eleito tomar posse, em setembro.
Defensores da medida argumentam que a reforma vai impulsionar a democracia e ajudar a consertar um sistema que, segundo eles, não atende ao público, enquanto críticos sustentam que ela vai distorcer o poder em favor do Executivo, interromper a carreira dos juízes e tornar os tribunais mais suscetíveis à influência criminosa.
Na semana passada, o embaixador dos EUA, Ken Salazar, classificou a reforma como um “grande risco para o funcionamento da democracia mexicana” e advertiu sobre um possível risco para a relação comercial entre os EUA e o México.
Os EUA e o México são os maiores parceiros comerciais um do outro.
O embaixador do Canadá no México, Graeme Clark, também alertou para preocupações com investimentos.
Mais tarde, nesta terça-feira (27), após os comentários de López Obrador, Salazar publicou uma nota diplomática da embaixada, datada de 23 de agosto.
“Os Estados Unidos apoiam o conceito de reforma judicial no México, mas temos preocupações significativas de que a eleição popular de juízes não resolveria a corrupção judicial nem fortaleceria o poder judicial do governo do México”, diz a nota.
A embaixada canadense não respondeu imediatamente a pedidos de comentário.
López Obrador criticou o que ele chamou de interferência de Salazar na política interna.
“Como vamos permitir que o embaixador dê sua opinião, diga que o que estamos fazendo é errado?”, acrescentou o presidente.
“Não vamos dizer a ele para sair do país. Mas para que ele leia nossa Constituição, sim, vamos dizer isso.”
Salazar havia dito anteriormente que estava aberto a conversar com líderes do governo mexicano para discutir diferentes modelos judiciais.
Com informações da Reuters.
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