A oposição da Venezuela denunciou nesta terça-feira (27) o “sequestro” do advogado Perkins Rocha, que atuou como porta-voz e assessor legal da campanha de Edmundo González, que disputou as eleições presidenciais do país.
“Denunciamos o sequestro de nosso contato com o Conselho Nacional Eleitoral e assessor legal, Perkins Rocha. Sujeitos não identificados o levaram à força. Exigimos informação e sua imediata libertação”, publicou na rede social X o movimento político Vente Venezuela, da ex-deputada María Corina Machado.
A líder opositora, que após não conseguir inscrever sua candidatura apoiou González na corrida à Presidência, escreveu que Rocha, quem classificou como “seu amigo e companheiro de causa”, foi “sequestrado” pelo “regime de Nicolás Maduro”.
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“Pretendem nos submeter, nos desenfocar e nos aterrar. Nós continuamos em frente, por Perkins, por todos os presos e perseguidos, e pela Venezuela inteira. Seremos livres”, manifestou Machado no X.
Na mesma rede social, a esposa de Rocha, Constanza Cipriani, escreveu que o opositor “está desaparecido” desde as 11h da manhã (12h do horário de Brasília) desta terça. “Meu esposo não é um delinquente, é só um cidadão que deseja e luta para que todos vivamos em liberdade”, escreveu.
Na noite de terça, o movimento Vente Venezuela afirmou que “forças repressoras do regime” estavam na residência de Rocha confiscando “computadores e equipamentos”. “Alertamos à comunidade internacional deste ataque que demonstra o Terrorismo de Estado na Venezuela”, escreveram.
A esposa de Rocha, por sua vez, disse ter sido informada de que o apartamento de ambos está sendo alvo de busca e apreensão sem um mandado judicial. “Não sei o que levaram e, ainda pior, o que podem ter deixado”, expressou.
Nos últimos meses, foram frequentes as denúncias da oposição de pessoas “sequestradas” por agentes não identificados e que ficam desaparecidas por horas até que autoridades confirmem sua prisão.
De acordo com a organização Foro Penal, mais de 1.500 pessoas, entre elas 107 adolescentes, foram presas desde as eleições de 28 de julho.
A CNN entrou em contato com o Ministério Público para confirmar se Rocha foi preso, mas ainda não obteve retorno.