O advogado de Pavel Durov, CEO do Telegram, disse nesta quinta-feira (29) que é “absurdo” sugerir que ele deveria ser responsabilizado por quaisquer crimes cometidos no aplicativo, em meio a crescentes atritos entre governos e gigantes da tecnologia sobre o conteúdo em suas plataformas.
David-Olivier Kaminski, que representa Durov na França, afirmou que “absurdo dizer que uma plataforma ou seu chefe são responsáveis por qualquer abuso” realizado na plataforma, e que o Telegram estava cumprindo as leis europeias.
A prisão de Durov na França — a primeira de um CEO de uma grande plataforma de mensagens — é um alerta para donos de redes sociais que não estão dispostos a lidar com supostas ilegalidades em suas plataformas.
Além disso, o caso estremeceu as relações entre França e Rússia, com algumas figuras pró-Kremlin acusando os Estados Unidos de estarem por trás da detenção do empresário.
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Investigação formal contra Durov
Um juiz francês colocou Durov sob investigação formal na quarta-feira (28) por suposta cumplicidade na administração de uma plataforma online que permite transações ilícitas, imagens de abuso sexual infantil, tráfico de drogas e fraude.
O empresário de 39 anos, que tem cidadania francesa e dos Emirados Árabes Unidos, também é suspeito de lavagem de dinheiro e fornecimento de mensagens criptografadas para criminosos.
Antes de sua chegada ao país no sábado (24), Durov não sabia sobre o mandado de prisão que o aguardava na França, disse uma fonte do gabinete do promotor de Paris.
Alguns comentaristas especularam que o empresário teria conhecimento do mandado, levantando questões sobre por que ele não ficou longe da França.
“Ele veio deliberadamente para a França, onde sabia que seria preso. Por quê?”, Gerard Araud, ex-embaixador da França nos Estados Unidos, escreveu no X.
A fonte acrescentou que a investigação francesa sobre Durov não tem conexão com os Estados Unidos.