À CNN, o professor de Relações Internacionais Eduardo Viola analisou a situação política da Venezuela e a posição do Brasil diante do cenário atual. Viola afirmou que a influência brasileira sobre o país vizinho é “irrelevante”.
Segundo o especialista, a Venezuela “já está capturada pelo eixo da autocracia”, tornando-se um campo de batalha semelhante a uma segunda guerra fria.
Viola criticou a postura do governo brasileiro, apontando uma ‘baixa capacidade analítica’ do Itamaraty, apesar de sua vasta experiência diplomática.
Obstáculos políticos e epistemológicos
O professor destacou que o governo brasileiro enfrenta dificuldades em reconhecer a realidade venezuelana, em parte devido à sua participação nos BRICS, descrita por ele como “uma aliança de autocracias liderada pela China”.
Viola argumentou que essa associação representa um componente antiocidental que visa alterar a ordem liberal internacional.
“Reconhecer a realidade da Venezuela é um obstáculo político e até epistemológico para o governo brasileiro”, afirmou Viola, sugerindo que o Brasil, como democracia, deveria alinhar-se com outras nações democráticas.
Apesar disso, para o especialista, o governo brasileiro “se inclina pelas autocracias”.
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Perspectivas preocupantes
Eduardo Viola alertou para a possibilidade de uma nova onda de migração venezuelana, comparando a situação com a história de Cuba.
Ele prevê um cenário em que, após tentativas fracassadas de oposição e subsequente repressão, uma geração inteira de ativistas e líderes opositores pode deixar o país.
Viola ressaltou, no entanto, que as condições para sair da Venezuela atualmente são “terríveis” em comparação com as experiências anteriores de êxodo cubano, agravando ainda mais a situação humanitária no país sul-americano.
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