O papa Francisco fez uma declaração contundente sobre as eleições presidenciais dos Estados Unidos, afirmando que os eleitores terão que escolher entre o “menor dos males”. Essa fala do líder da Igreja Católica pode ter um impacto significativo na corrida eleitoral americana, segundo o analista de assuntos internacionais Lourival Sant’Anna.
De acordo com Sant’Anna, cerca de 20% do eleitorado americano é católico, o que representa um contingente expressivo de votantes potencialmente influenciados pela opinião do papa. Desse percentual, aproximadamente um terço são latinos, enquanto os outros dois terços são brancos.
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O dilema dos eleitores católicos
O analista destaca que o papa colocou os eleitores católicos diante de um dilema, apresentando questões que favorecem tanto os democratas quanto os republicanos. Por um lado, a posição do pontífice sobre imigração e meio ambiente tende a alinhar-se mais com as propostas democratas. Por outro, a questão do aborto, tradicionalmente defendida pelos republicanos, também é um ponto crucial para muitos católicos.
Sant’Anna observa: “O papa deu ali um cardápio para os eleitores católicos escolherem o que é prioritário”. No entanto, ele ressalta que a expressão “menor dos dois males” usada pelo papa é bastante forte, indicando que Francisco não aprova plenamente nenhum dos candidatos.
Peso das questões morais
Na avaliação do analista, a questão do aborto pode acabar pesando mais para os eleitores religiosos do que a imigração. “A imigração parece uma questão um pouco mais distante, um pouco menos olhando do ponto de vista dos valores cristãos, dos valores religiosos”, pondera Sant’Anna.
Embora não tenha dados de pesquisa para comprovar, o analista expressa seu “feeling” de que o aborto tem um peso maior do que a imigração na decisão dos eleitores católicos. Essa percepção pode ser crucial para entender como a declaração do papa poderá influenciar o comportamento desse importante segmento do eleitorado americano nas próximas eleições.
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