A decisão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de trazer o ex-rival Gideon Sa’ar para seu governo visa fortalecer sua base de poder interno, dizem os analistas.
Nadav Shtrauchler, um estrategista político que trabalhou de perto com Netanyahu, disse à CNN que a manobra tinha três objetivos:
- Primeiro, ele afirmou que trazer Sa’ar — um veterano político de direita — daria a Netanyahu “mais influência” sobre o ministro da segurança nacional da extrema direita, Itamar Ben Gvir, que foi condenado por incitar o terrorismo. Ben Gvir “não é o tipo de pessoa que Netanyahu aprecia e não é confiável”
- Em segundo lugar, Shtrauchler disse que Sa’ar poderia ajudar a proteger Netanyahu dos partidos ultraortodoxos, que têm o poder de derrubar o governo. Esses partidos querem aprovar uma lei isentando homens ultraortodoxos do serviço militar obrigatório, o que ameaçaria a coalizão de Netanyahu. Sa’ar é considerado próximo das facções ultraortodoxas.
- Por fim, o analista disse à CNN que um apoio político mais amplo é importante à medida que a guerra com o Hezbollah se intensifica e a possibilidade de uma invasão terrestre se aproxima.
Netanyahu anunciou no domingo (29) que Sa’ar se juntaria ao governo como ministro sem pasta.
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Sa’ar afirmou no domingo que “não faz sentido continuar na oposição, em uma situação onde as posições da maioria de seus membros sobre a guerra são diferentes e até distantes da minha. Este é um momento em que é meu dever tentar contribuir na mesa de decisões.”
A escolha de Sa’ar
Antes da escalada da guerra de Israel com o Hezbollah no Líbano, Netanyahu pretendia demitir o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e promover Sa’ar para o cargo. Sa’ar tem pouca experiência em segurança nacional, e o plano de nomeá-lo ministro da Defesa foi alvo de amplo ridículo por parte de especialistas na área. “Levará meses para ele se preparar para o trabalho”, disse Gadi Eisenkot, um respeitado ex-chefe militar israelense e membro da oposição, na época.
Sa’ar deixou o partido Likud de Netanyahu em 2020 para formar seu próprio partido, Nova Esperança, mas não conseguiu encontrar uma base de apoio estável. Ele se juntou ao governo de emergência após 7 de outubro, mas saiu na primavera deste ano. Desde então, ele estava em conversas com Netanyahu para retornar ao governo.
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