SÃO PAULO – O ano de 2019 começou agitado, com um mix de otimismo e incerteza cercando a aprovação da reforma da Previdência. Nesses três meses tivemos Ibovespa nos 100 mil pontos, prisão do ex-presidente Michel Temer, farpas entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, entre outros.
De janeiro a março, o Ibovespa disparou 8,57% e o dólar avançou 4,31%, ambos muito sensíveis ao noticiário político, mas também atentos ao cenário internacional, com os sinais de desaceleração da economia mundial e os impactos sobre a política monetária.
Em uma retrospectiva do trimestre, o InfoMoney listou as cinco empresas brasileiras que mais subiram e as cinco que mais caíram na bolsa no período, seguindo alguns eventos e highlights que afetaram as ações do índice. Confira:
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5 maiores altas do Ibovespa
Liderando as altas do Ibovespa no trimestre está CSN (CSNA3), com ganhos de 83,82%. Depois de dois anos fracos para o papel, com uma valorização de 5,5% em 2018 e queda de 22,8% em 2017, a empresa tem se beneficiado de fatores externos e internos.
Além de um cenário mais favorável para o minério de ferro – a CSN tem uma das maiores minas do país –, a companhia apresentou resultados fortes e está em meio a uma redução do endividamento, com melhor estrutura de capital.
Apesar do papel já ter disparado na bolsa, alguns analistas argumentam que ainda há espaço para ele subir mais. Segundo eles, CSN é o nome mais alavancado do setor e o plano de desinvestimentos da companhia pode gerar resultados interessantes.
Em segundo lugar no ranking está Eletrobras (ELET3; ELET6), cujos papéis ON e PN subiram 51,42% e 34,40%, respectivamente. A grande expectativa em torno do papel está na capitalização da companhia que, segundo Wilson Ferreira, presidente da Eletrobras, deve ser concluída ainda este ano.
Também entre as grandes estrelas da bolsa no trimestre está JBS (JBSS3), que avança 37,36% em 2019. A companhia tem se beneficiado de um cenário mais positivo para o setor de proteínas em 2019, marcado pelo aumento da demanda asiática e potenciais impactos da peste suína africana na China (maior consumidor de suínos do mundo), bem como aumento da demanda, com ambiente macroeconômico mais forte e oferta equilibrada.
Esse noticiário ajudou a impulsionar ainda mais as altas das ações da empresa, já beneficiada pelos fortes resultados e redução nos níveis de endividamento em meio à crescente demanda por carne nos EUA.
Assim como no caso da Eletrobras, as ações da Sabesp (SBSP3) também reagiram positivamente às expectativas de privatização. No período, as ações subiram 33,33%. Já Engie (EGIE3), quinta colocada no ranking com alta de 29,35%, está entrando em uma fase de crescimento, tendo adquirido recentemente o complexo eólico Umburanas da Renova, as Usinas hidrelétricas de Jaguara e Miranda, bem como o lote 1 no Leilão de Transmissão de dezembro de 2017.
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Confira, abaixo, as ações que mais brilharam no Ibovespa neste primeiro trimestre:
Empresa | Ticker | Alta no trimestre |
CSN | CSNA3 | +83,82% |
Eletrobras | ELET3;ELET6 | +51,42%;+34,40% |
JBS | JBSS3 | +37,36% |
Sabesp | SBSP3 | +33,33% |
Engie Brasil | EGIE3 | +29,35% |
As 5 maiores baixas do Ibovespa
Apesar de ser o ano em que foi finalmente fechado o tão esperado acordo entre a Boeing e a Embraer (EMBR3), as ações da fabricante de aeronaves brasileira registrou a maior queda do Ibovespa no trimestre, com perdas de 14,90%. A companhia registrou seu primeiro prejuízo em duas décadas no quarto trimestre de 2018, no montante de R$ 78,1 milhões.
Além dos fracos resultados, devido a entregas decepcionantes de jatos executivos e várias despesas pontuais, o desempenho da companhia também foi afetado por perdas relacionadas a um incidente durante os testes com um protótipo do KC-390 no ano passado.
Enquanto isso, num cenário em que as varejistas não estão tendo tão bom desempenho quanto em 2018, o segundo maior destaque negativo ficou com as Lojas Americanas (LAME4), com queda de 14,54%. Em março, a varejista desapontou os acionistas com os resultados do quarto trimestre de 2018.
Apesar de vendas mesmas lojas ter sido sólida na comparação anual, as margens caíram e o lucro líquido ficou abaixo das estimativas do mercado. As ações caíram 7,39% no dia da divulgação, a R$ 17,92 e, no dia seguinte, a sequência de perdas continuou levando o papel a fechar com queda de 8,10%.
Na sequência aparece Hypera (HYPE3), com queda de 14,24% entre janeiro e março. O consenso do mercado foi que os números do quarto trimestre vieram fracos. Segundo o Credit Suisse, os números divulgados mostram uma deterioração no desempenho operacional, com queda na receita e pressão de custo e maior período de conversão de caixa, o que levou o mercado a se atentar a outros papéis e preterir os ativos HYPE3.
CVC (CVCB3), quarta colocada no ranking com queda de 10,51%, também seguiu o cenário mais fraco para as empresas de consumo e varejo e apresentou desempenho negativo no período. Em meados de março, o Itaú BBA cortou a recomendação para os ativos, tendo uma visão mais conservadora baseada num momento operacional mais desafiador, que pode levar a empresa a ter que investir mais.
No caso de Ultrapar (UGPA3), a queda das ações de 10,48% nos primeiros três meses ocorreu em meio a muitos questões sobre o ritmo de recuperação da companhia. As dúvidas se acentuaram após a divulgação dos resultados do quarto trimestre, que decepcionaram. A equipe de research da XP Investimentos, por exemplo, destacou a surpresa negativa da performance abaixo do esperado na Oxiteno (divisão de petroquímicos) e na Ultragaz.
Confira, abaixo, as ações que mais caíram na bolsa no primeiro trimestre:
Empresa | Ticker | Queda no trimestre |
Embraer | EMBR3 | -14,90% |
Lojas Americanas | LAME4 | -14,54% |
Hypera | HYPE3 | -14,24% |
CVC | CVCB3 | -10,51% |
Ultrapar | UGPA3 | -10,48% |
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