A “devastação e privação” causadas pelas operações militares de Israel na região norte da Faixa Gaza estão “tornando as condições de vida insustentáveis” para os palestinos ali, disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, neste domingo (27).
“A situação dos civis palestinos presos no norte de Gaza é insuportável”, declarou Dujarric, em um comunicado.
Israel vem bombardeando o norte da região há semanas, após dizer que recebeu informações de que o Hamas está reconstruindo a área.
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“O Secretário-Geral está chocado com os níveis assustadores de morte, ferimentos e destruição, com civis presos sob escombros, doentes e feridos sem assistência médica vital, e famílias sem comida e abrigo, em meio a relatos de famílias sendo separadas e muitas pessoas detidas”, continuou.
As autoridades israelenses continuam a negar tentativas de entregar ajuda humanitária aos necessitados, disse Dujarric, “com poucas exceções, colocando inúmeras vidas em perigo”.
Um relatório do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, divulgado na terça-feira (22) afirmou que, nas três primeiras semanas de outubro, apenas quatro dos 70 movimentos de ajuda planejados para Gaza foram facilitados pelas autoridades israelenses.
Uma campanha liderada pela ONU para vacinar crianças contra a poliomielite em Gaza também foi adiada no norte da Faixa, segundo o porta-voz, “colocando as vidas de milhares de crianças em risco”.
“Este conflito continua a ser travado com pouca consideração pelas exigências do direito humanitário internacional”, afirmou Dujarric.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.
Quase toda a população de Gaza foi deslocada em meio à nova ofensiva israelense
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