Pelo menos 46 palestinos foram mortos em ofensivas militares israelenses na Faixa de Gaza nesta quinta-feira (31), principalmente na região norte, onde um ataque atingiu um hospital, incendiando suprimentos médicos e interrompendo as operações, disseram autoridades de saúde.
O exército israelense acusou o grupo militante palestino Hamas de usar o Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahiya, para fins militares e disse que “dezenas de terroristas” estavam escondidos lá. Profissionais da saúde e o Hamas negam a acusação.
Mais tarde nesta quinta, um ataque aéreo israelense em duas casas no campo de Nuseirat, no centro de Gaza, matou pelo menos 16 palestinos, disseram os médicos do Hospital Al-Awda à Reuters. Os mortos incluíam um paramédico e dois jornalistas locais, acrescentaram.
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O norte de Gaza, onde Israel disse em janeiro que havia desmantelado a estrutura de comando do Hamas, é atualmente o foco principal do ataque militar no enclave.
No início deste mês, forças israelenses enviaram tanques para Jabalia, Beit Hanoun e Beit Lahiya para expulsar militantes que dizem ter se reagrupado.
Eid Sabbah, diretor de enfermagem do Kamal Adwan – que fica em Beit Lahiya – disse à Reuters que alguns funcionários sofreram queimaduras leves depois que o ataque de Israel atingiu o terceiro andar do hospital.
Não houve relatos de vítimas no hospital que as forças israelenses invadiram e ocuparam brevemente na semana passada. Israel disse que capturou cerca de 100 supostos militantes do Hamas naquele ataque.
Tanques israelenses continuam estacionados nas proximidades.
O ministério da saúde na Faixa de Gaza, administrada pelo Hamas, pediu que todos os órgãos internacionais “protejam hospitais e equipes médicas da brutalidade da ocupação (israelense)”.
O exército israelense disse que suas forças estão operando na área do hospital com base em informações sobre a presença de terroristas e infraestrutura terrorista nas proximidades.
“Durante a operação, foi descoberto que dezenas de terroristas estavam escondidos no hospital, alguns até se passando por funcionários”, disseram os militares em um comunicado após o ataque de quinta.
A instituição de caridade médica Médicos Sem Fronteiras (MSF) disse nesta quinta que um de seus médicos no hospital, Mohammed Obeid, foi detido no último sábado (26) pelas forças israelenses.
A MSF pediu a proteção dele e de toda a equipe médica que “está enfrentando uma violência horrível enquanto tenta fornecer cuidados”.
A guerra de Gaza começou depois que militantes liderados pelo Hamas atacaram Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e levando 251 reféns de volta para Gaza, de acordo com contagens israelenses.
Quase toda a população de Gaza foi deslocada em meio à nova ofensiva israelense