O Banco Central não recebe mais questionamentos sobre a concentração do mercado financeiro brasileiro, aponta Otávio Damaso, diretor da autoridade monetária. A declaração do executivo ocorreu nesta segunda-feira (12), na abertura do “Finance of Tomorrow (FOT)”, evento realizado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
Para Damaso, no passado, essa era a principal demanda do Congresso Nacional quando os diretores do BC eram chamados às casas legislativas. “Hoje, esse questionamento não existe mais. A sociedade tem consciência de que tem provedores para os produtos que está procurando. Os grandes bancos continuam grandes, fazendo um trabalho excepcional para a economia brasileira e os novos vieram suprir gaps que existiam”, disse.
Damaso destacou que um dos principais drivers do engajamento do BC na inovação foi o interesse em formentar a competição. “Somos muito vigilantes quanto a práticas não competitivas”, disse.
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Entre as estratégias da instituição para isso, citou: a neutralidade tecnológica, o fomento à inovação e a intransigência em relação a segurança e estabilidade financeira. Para o diretor do BC, o drive de inovação adotado pela instituição trouxe eficiência para todo o sistema financeiro. Isso ocorreu, disse, porque, entre outros fatores, o Banco Central procura ser neutro em relação à tecnologia.
Agenda de inovação
Em relação à agenda de inovação do Banco Central, o diretor citou o Pix, o Open Finance e a moeda digital, o Drex, além da Tokenização. Destacou ainda o potencial de personalização das soluções financeiras, viabilizada pelo maior e melhor processamento de dados.
“Teremos dados cada vez mais granulares, que vão ajudar a personalizar as soluções financeiras”, disse, destacando também o caminho de integração de todas as tecnologias, Pix e Drex, inclusive, por meio da tokenização. “Vemos um alargamento do sistema financeiro. Com processo de tokenização, cada vez mais elementos vão estar dentro do sistema financeiro”, salienta.
Presente na abertura do evento Finance of Tomorrow (FOT), que reúne reguladores, instituições financeiras e fintechs de diversos países, Damaso defendeu a colaboração entre os agentes.
“Não adianta lutar contra a inovação. Ela arrebenta as portas, faz de uma forma disruptiva e até destrutiva. É melhor trabalhar junto com o regulador pela inovação”, disse. E garantiu: “Hoje em dia, vejo muitas fintechs querendo ser reguladas para fazer parte do sistema financeiro”.