A Caixa anunciou a prorrogação do prazo para início das novas regras que reduzirão os valores para financiamento imobiliário. A data passou de 21 de outubro para o dia 1º de novembro. As mudanças, segundo o banco, consideram que a demanda observada e o orçamento para crédito habitacional aprovado para o ano de 2024, com o crescimento da nossa carteira, prevemos que a mesma irá superar o limite máximo projetado para o período.
As regras valem tanto do Sistema de Amortização Constante (SAC) como pela tabela Price. Pelas novas regras, estão incluídos imóveis novos, usados, comerciais, construção individual e lote urbanizado. Pelo SAC, o financiamento que antes era de até 80% do valor cairá para 70%. Pela Tabela Price passa de 70% para apenas 50% do valor. Além disso, o comprador não pode ter financiamento ativo na Caixa. O limite de valor do imóvel é de até R$ 1,5 milhão. Imóveis Adjudicados e imóveis de empreendimentos vinculado a Caixa não entra nessa nova regra.
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Responsável por quase 70% dos financiamentos imobiliários, a Caixa informa que sua carteira de crédito habitacional já ultrapassou a marca de R$ 800 bilhões, com mais de 7 milhões de contratos ativos. Em 2024, o banco concedeu, até setembro, R$ 175 bilhões de crédito imobiliário, o que representa um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023. Foram 627 mil financiamentos de imóveis, beneficiando cerca de 2,5 milhões de brasileiros até o momento.
Em relação às contratações com recursos da Poupança (SBPE), a Caixa declara que, em 2024, atingiu uma participação de 48,3% de contratação dos financiamentos do país, correspondendo a R$ 63,5 bilhões das operações realizadas pelo banco até setembro. A alteração nas cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel a R$ 1,5 milhão não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco, mantendo-se nesse caso as condições vigentes atualmente.
Entrada maior
Pelas novas regras, o consumidor, que antes precisava ter 20% do valor do imóvel para dar de entrada, agora precisará ter 30% no caso do SAC e 50% no caso da Tabela Price. “Com isso, a Caixa está dando dois recados claros ao mercado: que ela tem menos recursos para emprestar e que, por isso, será mais seletiva na concessão”, explicou o coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV, Alberto Ajzental.
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Segundo o professor, isso se deve às quedas constantes na participação da poupança na formação das reservas para o empréstimo. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), linha de crédito imobiliário utilizada para financiar o setor imobiliário, que já representou 70%, agora não chega a 34%. “O saldo da poupança vem caindo ano a ano, com retiradas de R$ 80 bilhões ao ano, reduzindo drasticamente o dinheiro na poupança. Com menos recursos, eles serão mais seletivos na concessão”, explica, frisando que por fora as instituições ainda tem de lidar com a Taxa Básica de Juros, a Selic, em alta. “Com menos dinheiro disponível significa que o dinheiro para emprestar ficará mais caro”.