(Bloomberg) — Se de fato os Estados Unidos entrarem em recessão, esta será diferente dos períodos de retração no passado.
Tradicionalmente, as crises econômicas nos EUA têm origem no mercado doméstico e no consumo das famílias, desencadeadas por aumentos das taxas de juros e alimentadas pelo desenrolar de excessos financeiros e econômicos. Nada disso é discutível neste momento, pelo menos por enquanto.
O que tem deixado os investidores nervosos sobre uma recessão é um choque geopolítico global sobre a confiança das empresas, o que leva a uma redução dos investimentos diante das incertezas da guerra comercial EUA-China e da saída potencial do Reino Unido da União Europeia.
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“A economia global continua em desaceleração, e estamos tomando medidas para reduzir a capacidade”, disse o CEO da FedEx, Fred Smith, durante teleconferência em 17 de setembro. A desaceleração está sendo “puxada pelo aumento das tensões comerciais e da incerteza política”.
São problemas que precisarão ser avaliados pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e outros diretores do Fed antes de decidirem se cortam os juros este mês pela terceira vez este ano.
A natureza incomum das forças em jogo – e o fato de muitas delas serem geopolíticas e vindas do exterior – torna mais difícil para os formuladores de políticas decidirem até onde ir na redução dos juros.
Há até uma questão de quão eficazes serão os cortes das taxas em uma economia em que os executivos temem consequências como a ruptura das cadeias de suprimentos globais.
“Os cenários são bastante extremos”, disse o economista-chefe do JPMorgan Chase, Bruce Kasman.
Um estudo realizado pela consultoria IHS Markit calculou que o PIB dos EUA poderia ser impulsionado em cerca de 0,5% se a incerteza sobre a política comercial se dissipar.
Negociadores dos EUA e da China se reúnem na quinta-feira para as primeiras conversas desde julho, embora as expectativas de avanço não sejam altas.
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