SÃO PAULO – O Ibovespa zerou as perdas na tarde desta quinta-feira (19) e às 14h47 (horário de Brasília) subia 0,38%, a 51.474 pontos – movimento que levou diversas ações do índice para o patamar máximo do dia.
Neste momento, 15 ações do benchmark operavam próximas da máxima: Marcopolo (POMO4, R$ 2,57, +9,83%), Kroton (KROT3, R$ 11,81, +7,85%), Estácio (ESTC3, R$ 19,84, +6,21%), BR Properties (BRPR3, R$ 10,43, +4,30%), Lojas Renner (LREN3, R$ 10,43, +4,20%), BB Seguridade (BBSE3, R$ 31,50, +3,65%), MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,55, +3,71%), BB Seguridade (BBSE3, R$ 31,50, +3,65%), Eletrobras (ELET6, R$ 6,59, +3,45%), Energias do Brasil (ENBR3, R$ 8,97, +3,10%), Cia Hering (HGTX3, R$ 17,56, +2,57%), Light (LIGT3, R$ 14,97, +2,53%), Cesp (CESP6, R$ 24,55, +2,38%), BM&FBovespa (BVMF3, R$ 9,87, +2,28%) e Lojas Americanas (LAME4, R$ 16,65, +2,15%).
A Petrobras e Vale, que caíam forte, amenizaram as perdas mas ainda figuravam na ponta negativa. Confira abaixo os principais destaques da Bolsa hoje:
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Petrobras (PETR3, R$ 9,73, -2,21%; PETR4, R$ 9,85, -2,67%)
As ações da Petrobras amenizaram as perdas juntamente com os preços do petróleo no mercado internacional. Depois de caíram cerca de 4%, o Brent, negociado em Londres e usado como referência pela petroleira, recuava 0,86% neste momento, a US$ 60,00, enquanto o WTI, do Texas, recuava 1,92%, a US$ 51,14. A queda diminuiu depois que foi divulgado nos Estados Unidos o indicador de estoques de petróleo, que mostrou aumento de 7,7 milhões de barris na semana encerrada em 13 de fevereiro. O dado ficou acima da expectativa de analistas, de aumento de 3,1 milhões de barris, mas abaixo do apontado pelo relatório American Petroleum Institute (API), de 14,3 milhões de barris, conforme divulgado na noite de ontem.
No radar, a companhia deve renegociar alguns importantes contratos de aluguel de plataformas com fornecedores, informa uma reportagem de O Estado de S. Paulo. Além disso, o Soros Fund Management, escritório familiar do gestor bilionário George Soros, informou que se desfez no quarto trimestre do ano passado de 60% de participação que detinha nos ADRs (American Depositary Receipts) da estatal.
Bancos
No mesmo movimento de correção mas mais ameno, as ações dos bancos Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,67, -0,11%) e Bradesco (BBDC3, R$ 36,45, -0,03%; BBDC4, R$ 36,93, -0,19%) caíam após três sessões seguidas de ganhos. Por outro lado, os papéis do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,05, +0,42%) subiam depois de terem caído ontem. O banco caiu descolado do setor na véspera pressionados por um forte movimento de venda liderado pelo Bank of America Merrill Lynch, que encerrou a sessão com saldo vendedor de 2,5 milhões de ações, conforme apurou o InfoMoney. O movimento pode sinalizar a saída de algum grande player (provavelmente, investidor estrangeiro).
Vale (VALE3, R$ 22,28, -1,89%; VALE5, R$ 19,25, -1,53%)
As ações da Vale cai apesar da mineradora ter revelado nesta manhã produção recorde de minério de ferro, níquel, cobre e ouro no quarto trimestre. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,59, -2,37%), holding que detém participação na Vale. Esse é o primeiro pregão no negativo desses papéis após quatro altas seguidas.
Segundo a Guide Investimentos, a produção foi recorde em 2014, mas a evolução é limitada pela forte retração no preço dos insumos no mercado. Dessa forma, a atenção volta-se para o resultado da companhia, que é esperado para ser divulgado dia 26 de fevereiro, antes da abertura do mercado. No balanço, a manutenção de margens e a contenção de custos e despesas serão pontos-chaves para verificar se a empresa está se adaptando a nova realidade de preços do minério e outras commodities, comentou.
Educacionais
Os papéis do setor de educação ganhavam força nesta tarde, dando continuidade a forte alta da véspera. Na Bolsa, destaque para Kroton (KROT3, R$ 11,81, +7,85%), Estácio (ESTC3, R$ 19,84, +6,21%), Ser Educacional (SEER3, R$ 13,92, +2,28%) e Anima (ANIM3, R$ 20,17, +2,49%). Nos últimos cinco pregões, as ações da Estácio foram as que mais ganharam, acumulando valorização de 22%. O mercado aguarda que o Ministério da Educação divulgue as novas regras dos programas de financiamento estudantil. A expectativa é que seja autorizado um reajuste de tarifas escolares acima da inflação (com teto em 6,5%). Segundo o Valor, o ministro Cid Gomes adiou o retorno do Carnaval após falecimento de sua mãe, o que deve adiar também o anúncio das mudanças.
Oi (OIBR4, R$ 7,23, -0,41%)
Depois de subirem forte por dois dias, as ações da Oi viraram para queda nesta manhã. A Portugal Telecom SGPS disse ontem, em comunicado feito a pedido da CMVM (Comissão de Valores Mobiliários, órgão que regula o mercado de capitais português), que a transferência de dívida para a Oi está em análise financeira e legal. A operação faz parte do processo de venda de ativos da Oi em Portugal para o grupo francês Altice, que não quis assumir a dívida da PT Portugal no negócio de € 7,4 bilhões.
Sabesp (SBSP3, R$ 15,77, +0,45%)
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o rodízio de água em São Paulo deverá ser evitado se as chuvas conseguirem elevar o nível do sistema Cantareira, da Sabesp, a um patamar entre 13% e 14% até o final de março e se as obras emergenciais previstas para elevar a capacidade dos reservatórios não atrasarem. O analista Flávio Conde comenta que seria muito otimismo acreditar nesse cenário, apontando que continua cético sobre a empresa e recomendando venda. “A Sabesp perderá de um jeito (com rodízio: menor receita e maiores investimentos) ou outro (sem rodízio: receitas já mais baixas e maiores investimentos)”, disse.
BB Seguridade (BBSE3, R$ 31,50, +3,65%)
As ações da BB Seguridade ganham força nesta tarde em meio à elevação de recomendação pelo JPMorgan de neutra para overweight (desempenho acima da média).
Marcopolo (POMO4, R$ 2,51, +7,26%)
Praticamente vindo só de quedas desde dezembro, as ações da Marcopolo dão uma trégua ao movimento baixista e sobem pelo quarto dia seguido na Bolsa, quando acumulam valorização de 14,22%. Na máxima do dia, atingiram alta de 9,8%, a R$ 2,57, na maior alta desde 29 de maio. A disparada ocorre antes do conselho de administração votar uma proposta de recompra de ações, em reunião marcada para o dia 23 de fevereiro. Na última quarta-feira, os papéis tiveram seu menor fechamento histórico, a R$ 2,20. Apesar das recentes altas, os papéis acumulam quedas de 41% desde dezembro passado.