O dólar à vista fechou nesta terça-feira (30) perto da estabilidade ante o real, após ter apresentado ganhos mais firmes pela manhã, com investidores antecipando parte da disputa pela formação da Ptax de fim de mês e à espera das decisões sobre juros do Banco do Japão, do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil.
Desde cedo, a expectativa para as decisões de política monetária na quarta-feira (31) permeavam os negócios, já que todas tem potencial de influenciar os ativos no Brasil, de modo que parte dos investidores controlavam o apetite ao risco no mercado local.
A queda nos rendimentos dos Treasuries americanos no exterior também ajudou a segurar o ímpeto do dólar ante o real. Às 16h37 (horário de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos – referência global para decisões de investimento – caía 3 pontos-base, a 4,145%.
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Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial fechou em queda de 0,15%, a R$ 5,617 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) subia 0,06%, a 5.621 pontos.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,6256 na venda, em baixa de 0,58%. No mês, a divisa norte-americana acumula alta de 0,52% ante o real.
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Dólar comercial
- Compra: R$ 5,617
- Venda: R$ 5,617
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,668
- Venda: R$ 5,848
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O que aconteceu com o dólar hoje?
O mercado segue em compasso de espera pelas decisões sobre juros no Brasil e nas principais economias do mundo. Além disso, parte da disputa pela Ptax, a ser definida na quarta-feira, também foi antecipada, com investidores comprados (posicionados na alta das cotações) empurrando o dólar para cima.
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista. Todo final de mês ela é calculada para servir de referência para a liquidação de contratos futuros.
Apesar do movimento mais intenso pela manhã, o dólar perdeu força à tarde e se reaproximou da estabilidade ante o real. O movimento ocorreu enquanto, no exterior, a moeda norte-americana seguiu sustentando altas ante divisas como o peso colombiano e o peso mexicano.
O Federal Reserve anuncia amanhã (31) sua decisão para as taxas das fed funds e é amplamente esperado que se mantenha no mesmo patamar, embora os mercados estejam apostando que o banco central dos EUA começará a cortar os níveis na reunião seguinte, em setembro.
Quanto mais o Fed cortar os juros, pior para a cotação do dólar no exterior, já que a moeda se torna menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.
Os investidores estarão atentos a quaisquer dicas que o presidente do Fed, Jerome Powell, possa dar em sua entrevista coletiva sobre quando os membros do comitê estão cogitando cortar as taxas.
Ainda na quarta-feira haverá uma atenção especial em torno da reunião do Banco do Japão, que pode elevar sua taxa de juros. A especulação sobre um aperto monetário no país valorizou o iene na semana passada, gerando pressão sobre as moedas de mercados emergentes, como o real.
Um iene valorizado ante o dólar e a possibilidade de diminuição no diferencial de juros entre Japão e Estados Unidos levam investidores a reverterem operações de “carry trade”, quando operadores tomam ativos em locais com juros baixos para rentabilizar em outros com juros mais altos. Isso provoca uma fuga de capitais de emergentes para sustentar essa reversão no mercado japonês.
Por aqui, o Copom anuncia sua decisão no mesmo dia, sob a expectativa de economistas consultados pela Reuters de que a taxa Selic seja mantida no patamar de 10,50% ao ano pela segunda vez consecutiva.
(Com Reuters)