O Ibovespa fechou em forte alta de 2,29% nesta terça-feira (14), aos 123.165 pontos, no maior nível desde o dia 3 de agosto de 2021.
Apesar da véspera de feriado no Brasil, a perspectiva de notícias importantes saírem enquanto o pregão estará fechado, nesta quarta, não foi suficiente para fazer os investidores manterem a cautela, após a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos animar os mercados.
O número, referente ao mês de outubro, ficou estável na base mensal, desacelerando frente a alta de 0,4% em setembro e ainda aquém do consenso Refinitiv, que projetava alta de 0,1% na base mensal.
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A inflação suave nos EUA, para especialistas, reforça a tendência de manutenção dos juros na maior economia do mundo – a despeito de a maioria dos economistas ainda ver que o início do ciclo de cortes está distante.
“O mercado realmente refletiu uma possível parada na alta da taxa de juros dos Estados Unidos e até projetou alguns cortes no primeiro semestre do ano que vem. Tanto o resultado da inflação total quanto o núcleo vieram abaixo das expectativas, reforçando a tese de que a gente não vai ter novos aumentos na próxima reunião do Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto]”, diz André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Os treasuries yields para dez anos, com isso, caíram 17.9 pontos-base, a 4,453%, e os para dois anos, 20,9 pontos, a 4,832%.
O dólar perdeu força mundialmente, com o DXY, índice que mede a força da moeda americana frente a outras de países desenvolvidos, recuando, 1,49%, aos 104,06 pontos. Frente ao real, o recuo foi de 0,93%, a R$ 4,862 na compra e na venda.
A curva de juros brasileira acompanhou o movimento. Os DIs para 2025 perderam 19,5 pontos-base, a 10,55%, e os para 2027, 24,5 pontos, a 10,41%. As taxas dos contratos para 2029 foram a 10,82%, com menos 20 pontos, e as dos para 2031, a 11,02%, com menos 19 pontos.
“Caso tenhamos essa estabilidade dos juros dos Estados Unidos confirmada, com uma possível queda no próximo ano, teremos alguns efeitos imediatos da política monetária global”, fala Rocha.
“A projeção de uma menor redução no diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos eleva o apetite do investidor por divisas de risco, como o real. O dólar tocou a mínima em 55 dias. Esse movimento foi percebido no forte recuo dos treasuries, que chegaram a uma queda superior a 4% no prazo de dez anos”, explica Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio.
Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram companhias ligadas ao mercado interno e ao consumo. As ações preferenciais da Azul (AZUL4) subiram 8,71%, as da Gol (GOLL4), 4,46%, e as ordinárias da CVC (CVCB3), 7,17%. Outros papéis ordinários, como da MRV (MRVE3) e da Lojas Renner (LREN3) avançaram, respectivamente, 5,11% e 5,09%.