O Irã prometeu neste domingo (27) responder aos ataques de Israel contra o país durante este último fim de semana, que segundo Teerã matou cinco pessoas, mas declarou que não quer uma guerra mais ampla.
“Não queremos guerra, mas defenderemos os direitos do povo e da nação, e daremos uma resposta adequada”, confirmou o presidente Masoud Pezeshkian, de acordo com a agência de notícias estatal iraniana IRNA.
O presidente do Irã alertou que as tensões aumentariam se Israel “continuar com as agressões e crimes” e acusou os Estados Unidos de “provocarem o regime a cometer estes crimes”.
A IRNA também citou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, dizendo que o Irã não está buscando guerra, mas acrescentando que responderia a qualquer agressão de Israel no “momento apropriado”.
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Israel disse que os ataques contra o Irã no sábado (27) atingiram alvos militares e foram uma resposta aos ataques iranianos contra o território israelense no início de outubro.
O chefe do Estado-Maior de Israel, Herzi Halevi, alertou neste domingo que qualquer ameaça contra o país será tratada militarmente. Ele acrescentou que Israel “usou apenas uma parte” das suas capacidades militares.
“Agora veremos como as coisas evoluem. Estamos preparados para todos os cenários em todas as arenas”, comentou.
Israel teve uma postura pública relativamente silenciosa após os ataques, o que foi intencional, segundo uma fonte, com o objetivo de dar ao Irã a oportunidade de minimizar os ataques e evitar uma nova escalada.
O governo do Irã alegou que os ataques causaram apenas danos limitados em locais militares, embora tenha reconhecido que um civil e quatro soldados iranianos foram mortos.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, informou neste domingo que manteve ligações telefônicas com seus homólogos israelense e iraniano e pressionou pela redução da escalada.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
O que se sabe sobre o ataque do Irã contra Israel
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