O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (20) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nunca pressionou um presidente do Banco Central para baixar a taxa básica de juros, a Selic.
A gestão do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi marcada por críticas de Lula à sua gestão. Em junho deste ano, por exemplo, o chefe do Executivo disse que Campos Neto era um “adversário político e ideológico”.
Em diversos momentos da gestão de Campos Neto, Lula afirmou que a política contracionista adotada pelo Banco Central “não fazia sentido”. O atual presidente da autarquia monetária foi indicado por Jair Bolsonaro (PL).
Leia Mais
-
Não me entendo como candidato em 2026, diz Haddad
-
Governo estima impacto de R$ 1 bilhão na desidratação do pacote fiscal
-
Fazenda encontrou "inconsistência" na reforma da renda, mas garante que proposta será neutra
“Uma coisa é comentário de ministro, líder partidário, deputado, senador, do vice-presidente, do presidente sobre o nível da taxa de juros. A outra coisa muito diferente é pressão. Pressão é quando você desrespeita a institucionalidade. Isso nunca aconteceu”, disse Haddad.
A partir de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) será composto, em sua maioria, por diretores indicados por Lula. O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também é indicação do chefe do Executivo.
“O presidente Lula termina o seu décimo ano de mandato. Eu acredito que ele nunca acusado por nenhum presidente do Banco Central, de que foi pressionado”, completou Haddad.
“Vamos lidar com questões políticas”
O futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse na última quinta-feira (19) que lidará com eventuais “questões políticas” durante o seu mandato, caso seja pressionado por parte do governo para reduzir os juros.
“A gente vai lidar com questões políticas. É absolutamente legítimo que todos tenham opiniões. Elas podem ser transmitidas no jornal, podem ser transmitidas em redes sociais […]. Todo mundo tem o direito de opinar sobre isso. A decisão é feita com data marcada na reunião do Copom pelos nove diretores”, disse Galípolo.
Na última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros em 1 ponto percentual, levando a Selic ao patamar de 12,25%. No comunicado, o colegiado sinalizou aumentos de 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões.
Acompanhe Economia nas Redes Sociais
Siga no google news