O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros em 10,50%, patamar que deixa o número de fundos imobiliários que paga dividendos acima do CDI em número que equivale a praticamente a metade dos principais da Bolsa.
Levantamento da Economatica mostra que pelo menos 54 fundos imobiliários têm dividend yield (taxa de retorno com dividendos) acima de 10,40% – taxa do CDI, que acompanha de perto a Selic e serve de referência para as aplicações de renda fixa.
O levantamento toma como base apenas os 112 FIIs que compõem o Ifix – índice dos fundos mais negociados na Bolsa – e considera apenas os fundos com desempenho positivo nos últimos 12 meses.
O FII de hotel Maxinvest (HMTX11) entrega o melhor dividend yield, de 22,20% nos últimos 12 meses, seguido pelo fundo de recebíveis imobiliários CACR11, com 15,80%.
Confira a relação completa de FIIs que pagam dividendos acima do CDI:
Ticker | Dividend Yield 12 Meses (%) |
---|---|
HTMX11 | 22,20 |
CACR11 | 15,80 |
RZAK11 | 14,77 |
MFII11 | 14,30 |
VGIR11 | 14,24 |
CYCR11 | 13,77 |
RZAT11 | 13,48 |
TGAR11 | 13,38 |
URPR11 | 13,27 |
RBRX11 | 13,20 |
ARRI11 | 13,13 |
MCHY11 | 13,09 |
HABT11 | 13,03 |
RZTR11 | 12,90 |
PORD11 | 12,85 |
KNHY11 | 12,77 |
WHGR11 | 12,75 |
KNCR11 | 12,74 |
RBRY11 | 12,69 |
NCHB11 | 12,67 |
AIEC11 | 12,57 |
SPXS11 | 12,48 |
XPCI11 | 12,45 |
VGHF11 | 12,38 |
AFHI11 | 12,30 |
BTCI11 | 12,20 |
JSAF11 | 12,15 |
MXRF11 | 11,97 |
BCRI11 | 11,78 |
HSAF11 | 11,70 |
CVBI11 | 11,68 |
SNCI11 | 11,61 |
OUJP11 | 11,55 |
DEVA11 | 11,53 |
VCJR11 | 11,50 |
TVRI11 | 11,49 |
SNFF11 | 11,44 |
PLCR11 | 11,42 |
RECR11 | 11,38 |
GTWR11 | 11,29 |
HGCR11 | 11,24 |
VGIP11 | 11,23 |
GARE11 | 11,17 |
MCCI11 | 11,02 |
RBVA11 | 11,00 |
KCRE11 | 10,97 |
TEPP11 | 10,94 |
XPSF11 | 10,86 |
CPFF11 | 10,83 |
KNSC11 | 10,83 |
VSLH11 | 10,82 |
IRDM11 | 10,66 |
FATN11 | 10,51 |
RVBI11 | 10,48 |
Embora seja comum, a comparação entre a taxa Selic e os dividendos pagos pelos fundos imobiliários não é a mais apropriada, segundo especialistas. Para investidores que buscam gerar renda passiva e recorrente, eles recomendam a comparação com a curva de juros de longo prazo, representada pelos rendimentos de títulos públicos do Tesouro Direto.
O que esperar para os FIIs agora?
A manutenção das taxas de juros dificultam o chamado yield compression (ganho com a compressão das taxas de retorno exigida dos ativos), um importante driver de retorno para FIIs, segundo o especialista em investimentos Felipe Martins Passero. No entanto, falou, existe uma discussão no mercado de uma possível alta de juros até o final do ano, e as curvas de pré-fixado refletem essa possibilidade.
“Em agosto o mercado deve ficar em compasso de espera, exceto em casos específicos de negociação de compra e venda de ativos. Uma alta de juros, ou manutenção das taxas, pode representar um desafio a mais para algumas empresas que emitiram CRIs para os fundos de papel, já que estas duas situações aumentam a probabilidade de default das empresas”, falou.
Passero disse que o investidor precisa ser mais cuidadoso na escolha dos fundos de papel, evitando fundos com portfólio concentrado ou com muita exposição a empresas high yield (alto risco e alto retorno). Fundos indexados ao CDI, disse, podem ter uma performance melhor num cenário de alta de juros.
“Hoje a taxa de juros não é restritiva o suficiente para desaquecer as vendas do setor imobiliário residencial, de modo que fundos de incorporação ainda não preocupam. Porém, caso tenhamos alta de juros, pode ser que as taxas de juros entrem num nível capaz de desacelerar a venda de imóveis novos. Para os fundos de tijolo é importante evitar fundos com alavancagem alta, com relação entre dívida e ativos superior a 30%”.
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