O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) alertou para um novo golpe que atrai vítimas — aposentados e pensionistas — com a falsa informação de terem sido incluídos em uma suposta lista de pedidos de concessão de benefícios negados.
A tentativa de fraude acabou descoberta quando um segurado do Rio de Janeiro foi notificado por oficial de Justiça sobre uma ação judicial em seu nome. O processo visava reverter um suposto “indeferimento” do pedido de concessão de benefício. A alegação na ação era de que o pedido de benefício havia sido negado pelo INSS e que haveria uma suposta lista que relacionava solicitações não liberadas pelo instituto — dois fatos que, na verdade, nunca aconteceram.
Segundo o INSS, não há uma lista pública de benefícios indeferidos, pois as informações sobre resultados de requerimentos são divulgadas apenas aos segurados e representantes legais devidamente cadastrados.
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“A situação chamou atenção pelo fato do cidadão tomar conhecimento do processo judicial, por meio de um oficial de Justiça, e pelo fato da abordagem feita com base na existência de uma suposta relação publicada pelo INSS”, conta o coordenador de gestão de benefícios da superintendência regional do INSS no Estado do Rio de Janeiro, Flávio Souza.
Ele ressalta que o INSS não passa informações sigilosas para terceiros. E que se for preciso, o instituto entra em contato com o segurado por meio de SMS, notificação push e mensagem por aplicativo ou pelo site Meu INSS, ligação telefônica, carta com aviso de recebimento e rede bancária.
“Somente os segurados ou os procuradores têm acesso aos dados. Por isso, é preciso desconfiar sempre se um desconhecido aparecer oferecendo algum serviço em nome do INSS”, afirma Souza, ressaltando que o segurado pode fazer registro no canal Fala.Br ou pelo telefone 135. A polícia também pode ser acionada.
Flávio Souza reafirma que os serviços oferecidos pelo INSS são gratuitos e o cidadão pode acessá-los diretamente no site do instituto ou pelo aplicativo Meu INSS, sem precisar de intermediários.
Ele ressalta ser importante estar atento a pessoas que oferecem vantagens e facilidades sobre serviços previdenciários. Mas se o segurado optar por recorrer a ajuda de alguém, a orientação é sempre procurar uma pessoa de confiança. No caso de advogado, é recomendável conferir se o profissional possui cadastro na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Outras modalidades de golpes
Pesquisa recente realizada pelo Datafolha mostra que o Brasil tem 4.678 tentativas de golpes financeiros por hora.
O leque de tentativas de golpe contra aposentados e pensionistas é amplo e a nova modalidade se junta à relação de situações que o INSS já identificou. Entre as principais detectadas são métodos como phishing, roubo de identidade, apresentação de documentos falsos e criação de titulares fictícios.
Para coibir os casos, o INSS mantém ações de proatividade, como o bloqueio de créditos e a suspensão de benefícios suspeitos, entre outras medidas. O instituto adota soluções tecnológicas avançadas, incluindo Inteligência Artificial (IA), para análise de dados de benefícios. E encaminha às autoridades competentes os casos para investigação, a fim de que os criminosos envolvidos sejam punidos.
- Se passando por servidores: Quando pessoas mal-intencionadas tentam se passar por servidores do INSS e visitam os beneficiários em casa. Os criminosos solicitam fotos, dados e documentos dos segurados. A recomendação, caso ocorra uma visita assim é não atender os falsários, nem fornecer informações ou documentos.
- Phishing: Os phishers — ou “pescadores de dados” em tradução livre —, enviam e-mails ou mensagens falsas aos beneficiários fingindo ser o INSS. A intenção é fazer com que os segurados, dependentes e beneficiários cliquem em links suspeitos para capturar informações pessoais e senhas de acesso aos dados do benefício.
- Roubo de identidade: Nessa armadilha, ações de grupos criminosos roubam as informações pessoais a partir de várias formas e se passam pelos segurados e cidadãos para requerer benefícios e serviços de maneira fraudulenta. Os golpistas agem como grupos criminosos que exploram os requerimentos digitais e as exigências de informações pessoais, trabalhistas e previdenciárias para inserir dados falsos nas bases de dados governamentais e nos sistemas informatizados da Previdência Social.