A prevenção é o melhor remédio e quando o assunto é câncer de mama, o diagnóstico precoce pode salvar vidas. Pensando nisso, foi criado o movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, que em outubro distribui laços rosas para a mulheres como um lembrete para a realização da mamografia e do autoexame. Se por um lado o diagnóstico precoce é um grande aliado para um tratamento menos invasivo e mais eficaz, por outro lado, a identificação de uma doença como o câncer traz uma série de inseguranças. Uma delas é a financeira.
Ficar afastada do trabalho ou não ter o tratamento totalmente coberto pelo plano de saúde estão entre as preocupações das mulheres quando descobrem que têm uma doença grave. Neste sentido, o seguro de vida pode ser um grande aliado.
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“Contar com a proteção de uma cobertura para doenças graves significa poder receber o apoio financeiro necessário para os custos de tratamento, adaptação da casa e até mesmo incremento do orçamento para despesas da família no momento do diagnóstico de uma doença grave, minimizando, pelo menos financeiramente, o impacto desse momento tão desafiador”, destaca Carlos Cortez, vice-presidente de marketing e clientes da Prudential do Brasil. “Quando falamos em estabilidade financeira em um momento como este, não estamos falando somente das possibilidades de tratamento que o segurado pode financiar, mas também da segurança financeira que a quantia recebida proporciona para uso e benefício da própria família”, complementa o executivo.
Para Anna Angotti, gerente de seguro de vida individual e de seguro viagem da Omint, a autoproteção tem crescido entre o público feminino à medida que a independência financeira é conquistada. “No entanto, essa representação ainda é baixa em relação aos inúmeros benefícios que o produto oferece e aos altos índices de diagnósticos de doenças graves”, considera ao comentar que a cobertura para doenças graves pode oferecer o suporte necessário para que a segurada e sua família se concentrem no tratamento, sem se preocupar com questões financeiras.
Foi o que aconteceu com a empresária Carla Roberta de Lima Toledo, que optou pelo seguro de vida individual pensando na possibilidade de doenças graves ou acidentes. Aos 41 anos, Carla descobriu, em junho de 2022, dois tumores em uma das mamas e a orientação médica foi a de uma mastectomia bilateral total de forma preventiva, o que a deixou um ano e meio afastada das atividades rotineiras, incluindo o trabalho.
Carla destaca que, por ser uma mulher muito ativa, esse tempo longe das atividades foi um dos grandes desafios desse período. “Se não fosse o dinheiro que recebi do seguro de vida, tudo teria sido muito mais complicado, até porque sou autônoma.”
“O seguro de vida oferece algumas coberturas que podem ser acionadas no momento do diagnóstico de um câncer. O objetivo é garantir ao segurado o valor contratado na apólice, para que ele possa enfrentar esse período desafiador com mais tranquilidade. Esse recurso é essencial para assegurar o acesso a tratamentos de qualidade de forma mais rápida e para lidar com a falta ou redução de renda, além das despesas inesperadas. Isso é especialmente importante para empresários e profissionais liberais”, destaca Cristiano Mourão, sócio-diretor da Onesave Corretora de Seguros.
Mais procura
“As mulheres já têm um papel de decisão importante na contratação de um seguro de vida. Atualmente, observamos um aumento na busca pela cobertura doenças graves pelo público feminino. Isso é muito importante em um país como o Brasil, onde as mulheres são as responsáveis por manter a maioria dos lares, de acordo com o IBGE”, revela Cortez, da Prudential.
Anna Angotti, da Omint, lembra que ano passado as mulheres representavam 40% dos contratos de seguro de vida individual da Omint Seguros. “A autoproteção tem crescido entre o público feminino à medida que a independência financeira é conquistada. No entanto, essa representação ainda é baixa em relação aos inúmeros benefícios que o produto oferece e aos altos índices de diagnósticos de doenças graves”, afirma.
Mourão, da Onesave, concorda que as mulheres têm se preocupado cada vez mais em manter sua independência, o que inclui garantir recursos suficientes para enfrentar eventuais problemas de saúde. “Diversas seguradoras no mercado oferecem essa modalidade de seguro, que, sem dúvida, é uma das mais procuradas pelo público feminino”, afirma.
Como funciona essa proteção financeira
Tudo começa no momento da contratação da apólice de seguro, quando a seguradora realiza uma análise inicial de risco para definir se o segurado será aceito e para quais coberturas. “Há uma variedade de coberturas disponíveis, desde situações mais pontuais, como cirurgias, períodos de internação ou afastamentos temporários do trabalho. Essa liquidez é fundamental, especialmente para quem não possui garantias trabalhistas ou uma reserva financeira de emergência. Em muitos casos, os pacientes precisam se afastar do trabalho por um ou dois anos para se dedicar integralmente ao tratamento”, explica Mourão.
Além dessas coberturas pontuais, também é possível contratar indenizações mais significativas, que podem ser pagas no momento do diagnóstico da doença ou quando a patologia evolui para um quadro sem perspectiva de cura, gerando o que chamamos de “invalidez funcional permanente por doença”. Nessas situações, o nível de suporte exigido aumenta consideravelmente, refletindo em custos elevados.
“O segurado define os valores das coberturas e seus respectivos capitais segurados, por exemplo, R$ 1 milhão para casos de diagnóstico de câncer. Quando ocorre o diagnóstico, o segurado envia a documentação comprobatória para a seguradora e recebe o valor contratado, geralmente como crédito em sua conta corrente. O processo é semelhante no caso de outras coberturas relacionadas ao câncer, como internações hospitalares, cirurgias, afastamento temporário e até mesmo invalidez funcional permanente, quando a doença demanda cuidados ainda mais intensivos”, ensina Mourão.
Vale lembrar que o capital contratado é pago diretamente ao segurado, independentemente de ele utilizar ou não o recurso no tratamento. Isso dá ao segurado a liberdade de destinar o valor como preferir, seja para cobrir custos médicos ou para realizar projetos pessoais. “Já tive segurados que usaram parte desse valor para viajar com a família e comemorar o fim do tratamento, celebrando a vida após um período tão desafiador”, comenta Mourão.
Panorama do câncer de mama no Brasil
No Brasil, o câncer de mama é o tipo de tumor maligno mais comum entre as mulheres. O aumento de casos, especialmente entre as mais jovens, com até 35 anos, índice que subiu de 2% para 5%, exige atenção especial
Importante lembrar que, no Brasil, o câncer de mama é o tumor maligno mais incidente em mulheres, depois do câncer de pele não melanoma.
De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 74 mil novos casos de câncer de mama devem surgir este ano, resultando em 18 mil mortes. No Brasil, a média de idade das mulheres diagnosticadas com a doença é de 53 anos.
Diversos fatores estão relacionados ao surgimento do câncer de mama. A ginecologista credenciada pela Omint, Juliana Zampieri, da Clínica Célula Mater, explica que adotar um estilo de vida saudável pode diminuir os riscos de desenvolver diversos tipos de cânceres, entre eles o de mama.
“A combinação de uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física não apenas ajuda na prevenção, mas também contribui para a saúde geral e o bem-estar, diminuindo a inflamação no organismo, reduzindo a gordura corporal, aumentando a massa magra e regulando os níveis hormonais”, afirma Juliana Zampieri.
A especialista recomenda realizar os exames ginecológicos com regularidade. A partir dos 40 anos, a mamografia deve ser realizada anualmente, assim como a ultrassonografia das mamas. Além disso, toda mulher deve discutir com seu ginecologista fatores como histórico familiar e a presença de nódulos ou outros marcadores de risco que justifiquem um acompanhamento mais rigoroso.
Para mulheres que estão entrando na menopausa e desejam fazer tratamentos de reposição hormonal, é aconselhável atualizar os exames de imagem antes de iniciar o tratamento. Caso haja alguma alteração, detectá-la precocemente é um fator crucial para aumentar as chances de cura e permitir um tratamento menos agressivo.