São Paulo (Reuters) – O produto interno bruto (PIB) do agronegócio do Brasil surpreendeu no último trimestre do ano e deverá voltar a fechar um ano no positivo, com expectativa agora de crescimento de 2%, estimou nesta quarta-feira a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Após dispararem com boas safras e preços na época da pandemia em 2020 e 2021, o PIB do agronegócio caiu em 2022 e em 2023, uma queda que poderia se repetir em 2024, segundo as expectativas iniciais da CNA, embasadas na quebra da colheita de soja e milho.
“Esperávamos encerrar com PIB negativo (em 2024), mas vamos encerrar o ano com PIB em 2% positivo”, disse presidente da CNA, João Martins, a jornalistas, ao apresentar o balanço do ano e as perspectivas para 2025.
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Segundo o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, o aumento do PIB total do Brasil em 2024 — estimado para crescer 3,4% — e a queda no desemprego do país estimularam o consumo de produtos como carnes e lácteos, de maior valor agregado.
Com produção elevada, o setor pecuário compensou uma queda no valor da produção agrícola, afetada pela quebra da safra de grãos em 2024, acrescentou a entidade. Para 2025, a entidade projeta aumento de 5% no PIB do agronegócio, diante da esperada recuperação na safra.
Em 2023, o PIB do setor havia caído 3,7%, seguido de uma queda de 1,8% em 2022, após altas de 8,1% em 2021 e de 22,1% em 2020, segundo dados da CNA.
“Este ano a expectativa era fechar com queda de 3%, tivemos seca intensa… frustração de safra”, disse Lucchi, citando ainda uma recuperação no último trimestre do ano.