O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (12) que enxerga as propostas dos candidatos na eleição presidencial dos Estados Unidos como, em grande parte, inflacionárias acrescentando que a país deve ter uma política fiscal expansionista com a vitória de qualquer um dos lados.
Segundo o presidente do BC, tal percepção levanta questionamentos sobre se a taxa de juros do Federal Reserve voltará ao patamar pré-pandemia, diante de um novo “modus operandi daqui para frente”.
“As propostas das eleições americanas têm sido, em grande parte, inflacionárias”, disse Campos Neto durante palestra em evento de inauguração de novo campus da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.
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“De uma forma geral, existe uma percepção de que independente de quem ganha as eleições, a gente não vai ter uma política fiscal muito austera nos Estados Unidos”, acrescentou.
A eleição presidencial de 5 de novembro tem como principais candidatos a atual vice-presidente, Kamala Harris, como representante democrata e o ex-presidente republicano Donald Trump.
Ele pontuou, por outro lado, que vê a inflação nos EUA convergindo para a meta de 2% do Fed e que a possibilidade de uma recessão no país, que levou a grande aversão ao risco nos mercados globais na semana passada, não é o cenário-base do BC.
“A gente acha que tem elementos que apontam para uma desaceleração da economia, (mas) não parece o cenário mais provável”, disse.