Quem garantiu títulos de renda fixa atrelados à inflação pode comemorar: a última semana foi de ganhos fortes para ativos indexados ao IPCA. Os papéis de crédito privado se saíram melhor, seguidos dos títulos públicos indexados ao IPCA.
Segundo o Itaú BBA, o índice IDA, da Anbima, que acompanha ativos incentivados (isentos de Imposto de Renda), subiu 1,79% na semana de 29 de julho a 2 de agosto. Já o índice IMA-B, que acompanha os títulos públicos de inflação (NTN-Bs), registrou avanço de 1,72% no mesmo período.
O movimento acontece na esteira de um fechamento da curva de juros brasileira, principalmente em trechos curtos e intermediários, diante da decisão dos Estados Unidos de manter as taxas nos mesmos patamares, e com sinalização de corte em setembro.
As taxas dos papéis do Tesouro IPCA+ com vencimentos entre dois e três anos caíram, em média, 0,45 ponto percentual. Nos trechos mais longos da curva, as taxas se estabilizaram em queda aproximada de 0,23 p.p. no acumulado da semana passada. Como é de se esperar, quando as taxas sobem, os papéis já emitidos ficam mais valiosos.
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No acumulado de 30 dias, o saldo também é positivo para os papéis de inflação. O IMA-B avança 2,29% no período, enquanto os papéis de crédito privado incentivados sobem 2,57%, e os incentivados com maior liquidez, acompanhados pelo IDA, ganham 2,62% na janela.
Valorização vai continuar?
A valorização depende da continuidade do movimento de queda das taxas dos papéis. Nesta terça-feira (6), a taxa do Tesouro IPCA+ 2035 recuou para abaixo de 6% pela primeira vez em cinco meses. O mesmo ocorreu com o título mais curto, de vencimento em 2029.
Embora o alívio que veio do exterior esteja impulsionando o fechamento da curva de juros brasileira, os analistas do BBA não acreditam que seja uma influência duradoura. Por um lado, eles destacam que a percepção de que o juro já está suficientemente restritivo por lá abre caminho para a projeção de um juro de longo prazo menor. “Essa é a razão pela qual as taxas nos Estados Unidos cederam também em trechos intermediários e longos”, diz a casa em relatório.
Porém, a possibilidade de que os EUA estejam indo em direção a uma recessão é fator que aumenta a aversão a risco e pode comprometer o fluxo para países emergentes, sinaliza o banco.
O Itaú BBA acrescenta ainda que “a taxa de câmbio neste patamar [acima de R$ 5,70] pode ainda amenizar o arrefecimento vindo do exterior e continuar a pressionar a inflação por aqui, forçando o Copom a seguir vigilante e mantendo a taxa de juros em patamar restritivo”, o que seria uma pressão altista para as taxas nos próximos meses.
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