A vice-presidente de Nicolás Maduro, Delcy Rodríguez, disse nesta quarta-feira (30) que o veto do Brasil à entrada de seu país nos Brics, bloco de países emergentes, “demonstra uma profunda inveja da Venezuela”.
“Isso que o Brasil fez só demonstra uma profunda inveja da Venezuela porque acreditam que podemos ser competição, em vez de nos compreender como o que somos, países que estamos numa mesma região, como podemos somar nossas complementaridades, nossas potências para impulsionar nossa região”, afirmou Rodríguez.
A vice venezuelana também acusou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, de “mentir” para ela, para o chanceler venezuelano, Yván Gil, e para Nicolás Maduro.
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Nesta segunda (28), Maduro afirmou que Vieira, que representou pessoalmente Lula na cúpula dos Brics, disse pessoalmente para ele que seu país não seria vetado do bloco. O chavista chegou a dizer que o chanceler brasileiro “quase desmaiou” ao vê-lo no fim do evento e que o confrontou, e que Vieira teria dito que não vetou a Venezuela.
“Ele achou que estava fazendo um dano para a Venezuela”, disse Rodríguez, alegando que Vieira violou o artigo 4 da Constituição brasileira “que ordena que seu governo estabeleça e promova relações de integração e de união regional”.
A representante chavista afirmou ainda que “a posição baixa Itamaraty ficará marcada na história como uma agressão vil contra o povo venezuelano”.
Nesta quarta-feira (30), a Venezuela chamou para consultas seu embaixador em Brasília, Manuel Vadell, em protesto contra declarações de Celso Amorim, assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, que qualificou de “intervencionistas e grosseiras”.
O governo Maduro também convocou o encarregado de negócios do Brasil em Caracas, Breno Hermann, para expressar seu repúdio. O comunicado divulgado nesta quarta-feira por Caracas afirma que Amorim se comporta como um “mensageiro do imperialismo norte-americano” e que tem se dedicado a “emitir juízos de valor sobre processos que correspondem somente aos venezuelanos e venezuelanas”.
Paralelamente, o presidente do Legislativo venezuelano, Jorge Rodríguez, publicou um comunicado de quatro páginas questionando o comportamento de Amorim e afirmando que irá solicitar aos deputados que o declarem persona non grata no país.
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