O Banco Central do Brasil promete a maior intervenção no câmbio da história agora neste mês de dezembro. Se tudo correr como anunciado, vai colocar cerca de US$ 27 bilhões como forma de intervenção.
Esse tipo de ação já trouxe resultados imediatos. A cotação da moeda americana recuou dos recordes sucessivos dos últimos dias. Mas o problema não é mais — ou nunca foi, como vocês quiserem — o preço do dólar.
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O problema central neste momento é a confiança dos agentes econômicos na capacidade do governo de equilibrar as contas e demonstrar que a dívida pública vai, pelo menos, estabilizar.
Este não é um fenômeno dos últimos dias, causado por má comunicação ou por frases desastradas do presidente. É um processo que demandou algum tempo e agora se consolida com muita força. E que se traduz num profundo descrédito no que as autoridades dizem, especialmente o presidente da República.
Em outras palavras, não é mais algo que se possa contornar com declarações, mas com fatos verificáveis. Nesse sentido, ajudou pouco o que o Congresso acaba de aprovar em termos de esforço de contenção de despesas.
Ao contrário, o enorme esforço político para aprovar as várias matérias submetidas ao Legislativo apenas ilustrou as dificuldades do governo para colocar em pé um conjunto coerente.
O quadro que se apresenta para o Palácio do Planalto é delicado. A falta de confiança na política econômica não é mais o resultado desta ou daquela medida específica. É pelo conjunto da obra.